Previous slide
Next slide

08 de março: temos algo a comemorar?

Previous slide
Next slide

self defense

Eu trocaria todos os “parabéns pelo seu dia”, por poder andar na rua a qualquer hora sem temer se chegarei bem em casa, sem ter medo de encontrar um homem na rua sozinha, sem o coração disparar e eu ter que rezar para todos os santos me protegerem.

Eu trocaria todas esta felicitações, para não precisar ver as manas estamparem as capas de jornais. Quantas ‘Elizas’ ainda precisam morrer? Será que terei um fim como o dela e de tantas outras? Irei fazer parte das estatísticas?

Eu optaria em não ganhar flores ou chocolates para ter o direito de andar com a roupa que eu quisesse na rua, sem ser olhada como um pedaço de carne. Ou, se o pior acontecesse, não precisar ouvir: ‘mas, você queria o que andando na rua a este horário, com esta roupa’?

Eu gostaria de poder beber até cair sem correr riscos, de poder dizer um não na balada sem ter medo de ser xingada ou reprimida. Eu gostaria de assistir e falar de futebol ou qualquer outro assunto mais ‘masculinizado’, sem ouvir piadinhas ‘você é mulher, que você entende sobre isso?’ ‘ Você nem sabe o que é um impedimento!’

Eu também adoraria que eles dividissem as tarefas do lar, pois ambos trabalhamos fora. Que eles ajudassem a cuidar e criar os filhos, independentemente de estarmos juntos ou separados. Eu gostaria de estar grávida e não precisar rezar para que o bebê não seja menina.

Que não temêssemos a violência doméstica ou psicológica. Que não tivéssemos que viver em função do corpo e ter que ouvir, como você está magra ou gorda demais Ou ainda: como está feia, vá fazer as unhas. É por isso que é corna, não se cuida!

A sociedade não está preparada para acolher e proteger suas mulheres. E nem sei se um dia estará. Espero ainda estar viva para ver este dia chegar.

Eu trocaria todas as formalidades do dia de hoje, por uma reflexão sua.

Lauane Ferreira de Melo é jornalista do Portal Clickfoz.

Previous slide
Next slide