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Bruno tem o direito de jogar?

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Duas semanas depois de deixar a prisão o goleiro Bruno Fernandes já está empregado. O Boa Esporte de Varginha-MG, time que disputará a série B este ano contratou-o. O presidente do clube, Rone Moraes da Costa apostou em que além de ser um ótimo goleiro no que diz respeito à parte técnica, o atleta traria holofotes, fama para sua equipe. Tvs, Portais, Jornais e revistas passarão a noticiar tudo que se refere a presença de Bruno na equipe. Só que ele não imaginava que a repercussão pudesse ser negativa. Assim, que souberam do acordo entre o Boa Esporte e Bruno,  A Cardiocenter e a Nutrends Nutrition foram as duas primeiras patrocinadoras a retirarem os seus patrocínios do clube. A empresa de nutrição primeiramente comunicou que não participava da escolha dos atletas. Mas a pressão dos internautas continuou e a empresa disse em comunicado oficial que retirava imediatamente o seu patrocínio ao time. “A Cardiocenter não concorda com a contratação de jogadores que não representam nossos ideais, nos opomos porque consideramos que os jogadores tem que ser exemplos de atletas para as crianças e para todos os apaixonados por futebol. Já solicitamos que nosso logo seja retirado do site do Boa Esporte”, escreveu a Cardiocenter em sua conta oficial no Facebook. Com essa reação negativa dos patrocinadores, resta saber se Bruno seguirá nos planos da diretoria, já que o Boa Esporte planeja montar um elenco competitivo par a disputa da Série B do Brasileiro neste ano. A Gois e Silva é a principal patrocinadora, a marca estampa a parte frontal da camisa do Boa Esporte. Ela lançou a seguinte nota oficial:

Muito tem se falado na internet e na mídia sobre o nosso grupo ser associado à imagem deveras negativa da pessoa do goleiro Bruno. Deixamos claro e explicito nosso repudio a todo e qualquer tipo de violência contra a mulher e qualquer outro tipo de violência, independente de classe social, gênero, faixa etária, cor da pele, orientação sexual, religião, etc. Mantemos em nosso valores e missão o apoio ao esporte, ao empreendedorismo, às causas sociais e aos programas de recuperação. Como grupo de diversos negócios e pessoas, somos coerentes quanto à consciência social, e atendendo a comoção nacional, faremos uma reunião com a diretoria do Boa Esporte Clube dia 13 de março. A parceria com o boa se estende por mais de três anos e sabemos do crescimento do clube e de seu valor para o esporte e para o Sul de Minas gerais. Nossa reunião tem por objetivo requerer à diretoria do clube rever sua decisão de contratação do goleiro bruno. Caso nosso requerimento decline, estudaremos cancelar o patrocínio ao boa Esporte Clube.

Por outro lado,  o presidente do Boa disse que vai insistir naquilo que ele acha correto. Vai comprar a briga por Bruno. Divulgou uma nota oficial:

O Boa Esporte clube, equipe de futebol profissional em Minas Gerais, clube reconhecido nacionalmente, sendo campeão Brasileiro da Série C. Convive nos últimos dias com uma avalanche de comentários nas redes sociais após noticia da contratação do atleta Bruno. A cidade de Varginha que é conhecida pela possível aparição de um extraterrestre (ET) convive com a notícia da contratação do atleta Bruno.

A regra legal brasileira é a que todos, inclusive os criminosos mais perigosos, sejam submetidos a um julgamento honesto, imparcial e que a lei seja o fundamento da punição. Por sua vez, quando pensamos na aplicação da lei, certo ou não, suficiente o bastante ou não, justa o suficiente para o caso ou não, o que não podemos deixar de entender é determinado pelo cumprimento da lei. As consequências do erro humano possuem fundamentos de pena corporal. A lei dos homens indica a aplicação de penas variáveis de acordo de uma série de crenças, costumes e ideologias.

No Brasil os criminosos serão apenados com a prisão e, via de regras, colocados em liberdade, deve ser orientado, acompanhado e, não menos, pelo caminho de Deus. Com certeza um dos motivos da evolução da pena que ela não seja transferida para outras pessoas, que seja pessoal, que não seja definida pela lei do Talião (olho por olho, dente por dente).

O tão procurado estado democrático de direito, a sociedade justa e fiel, a vida em sociedade, segundo critérios civilizados indicam de longa data que o criminoso colocado em liberdade deve ter atenção do estado, atenção suficiente para que possa restabelecer uma vida em sociedade. E ninguém pode negar que não existe vida em sociedade mais digna vida no trabalho.

Quem nunca ouviu: o trabalho dignifica o homem? Então o argumento seria asqueroso, nojento ou imoral (a contratação do atleta Bruno), antes de mais nada, legalmente, faz parte da obrigação social da empresa, da sociedade em cooperar com a recuperação de um ser humano.

Aqui não se condena a morte ou prisão perpetua. Enquanto isso não refletir a regra legal, a regra é que o egresso, o criminoso colocado em liberdade, possa obter meios de viver em sociedade, trabalhando e procurando dignidade em sua vida.

Onde estaria a contribuição de uma empresa esportiva quando cumpre a lei? Diante desses argumentos podemos afirmar que o Boa Esporte Clube não foi o responsável pela soltura e liberdade do atleta Bruno, mas o clube e sua equipe, enquanto empresa e representada por seres humanos, dotada de justiça e legalidade, podem dizer que tentam fazer justiça ajudando um ser humano, mais, cumprem a legalidade dando trabalho a quem pretende se recuperar.

O Boa Esporte Clube não está cometendo nenhum crime conforme a legislação Brasileira e perante a lei de Deus.

Neste final de semana, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o recurso apresentado por Sônia de Fátima , mãe de Eliza Samudio, que pedia a revogação da liminar que ordenou a liberdade de Bruno.

Segundo a direção do Boa Esporte, hoje, segunda-feira o jogador assinará o contrato com o clube por dois anos e na terça será apresentado à imprensa. Diz que a decisão já está tomada, não há mais volta. E Bruno diz garantir que irá adiante. Veremos quem sai ganhando nessa guerra…

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