Previous slide
Next slide

Desenho de onça gigante marca mobilização de ONG ambientalista em Foz do Iguaçu

Previous slide
Next slide

Os integrantes da ONG ADERE desenharam uma “onça pintada atropelada” de cerca de oito metros na Rodovia das Cataratas (BR 469), na entrada do Parque Nacional do Iguaçu, como símbolo da agressão ao meio ambiente e relembrando o episódio do último final de semana

A silhueta de uma onça pintada de dimensões consideráveis (8 x 6 metros) com marcas de atropelamento, na rodovia de acesso ao Parque Nacional do Iguaçu (PNI), na BR 469, a poucos metros da entrada antiga do Parque, foi a surpresa que os ambientalistas da Associação de Desenvolvimento de Esportes Radicais e Ecologia (ADERE) prepararam para a manifestação realizada nesta quinta-feira (2). Ao todo, participaram da mobilização cerca de 50 pessoas, dentre elas membros da ADERE, escoteiros de Foz do Iguaçu e da ONG Bioma, além de simpatizantes do movimento e profissionais do segmento de turismo da cidade, especialmente guias e motoristas.

A concentração em frente ao portão antigo do Parque durou pouco mais de 40 minutos e não prejudicou o acesso ao atrativo. Os motoristas que passavam pelo local (entrando ou saindo do PNI) era abordados pelos manifestantes que rapidamente explicavam as motivações para a ação. A tônica do discurso do grupo era a necessidade de discutir velhos problemas que ameaçam a fauna e a flora do Parque Nacional do Iguaçu. “Não estamos aqui para protestar contra a morte de uma onça pintada. Ela é um símbolo. Mas com essa mobilização esperamos abrir a discussão sobre a gestão do Parque, sobre o futuro dessa unidade de conservação”, defende Tácius Villa de Lima, membro do ADERE.

Os ambientalistas citaram que a preocupação é discutir, além do controle de veículos no interior do Parque (instalação de radares eletrônicos, controle de saída ou qualquer outro mecanismo), questões como desmatamento, condições das trilhas e da passarela, caça ilegal, e demais problemas que ameaçam o PNI. “Defendemos que a gestão dos problemas do Parque seja discutida em conjunto com todos os que querem o bem dessa Unidade de Conservação – pensando sempre na sustentabilidade ecológica. Por isso essa causa tem o apoio da comunidade e até dos profissionais que dependem do turismo (ver matéria a parte)”, declara o ambientalista Tácius.

Outro grupo que marcou presença na entrada do Parque foram os escoteiros. Representantes dos três grupos de Foz do Iguaçu engrossaram o grupo. Segundo o chefe distrital dos escoteiros, Karl Stoeckl, o manejo consciente, ou seja, “usar” o Parque sem causar danos à natureza é possível. “Ações como a de hoje são importantes para trabalhar a conscientização desse manejo responsável. Não defendemos medidas extremas”, declara o escoteiro.

Símbolo – A opção por desenhar uma onça pintada com marcas de atropelamento e elementos que remetem a uma pista de corrida é uma referência ao recente episódio do atropelamento de uma onça pintada, no último sábado (28), no quilômetro 27 da BR 469 (trecho da rodovia dentro do Parque). O animal possivelmente foi atingido por um veículo que estava trafegando acima de 100km/h, sendo que o máximo permitido é 60 km/h e às vezes, dependendo do trecho, menos que isso. O culpado ainda não foi identificado pela Polícia.

O ambientalista Tácius lembra ainda que o animal é o símbolo do Parque Nacional do Iguaçu. “Para nós, agora a onça pintada, além de símbolo do Parque, será um Martin. A fatalidade de sua morte servirá para uma causa maior, pois levantou questões que há muito tempo precisam ser revistas”, destaca.

Para Márcio Bortoli, membro da ADERE e um dos idealizados da ação, a mobilização foi um sucesso. “Conseguimos promover a comunhão de idéias entre representantes de diferentes setores da sociedade trazendo à tona a discussão da sustentabilidade ecológica”, finaliza Bortoli.

O portal Click Foz do Iguaçu acompanhou de perto toda a movimentação. Veja algumas imagens.


 

(Foto: Dani Rodrigues/Click Foz do Iguaçu)

Previous slide
Next slide