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Foz do Iguaçu, por uma iguaçuense

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Onde eu moro é verde e bonito. É um lugar famoso por seus rios, por suas belezas e a diversidade que abrange tantas etnias. Você já adivinhou, né?

Já que você sabe e conhece tantas coisas bonitas sobre minha cidade, vou lhe contar o que você ainda não sabe. O como é viver aqui, desde sempre.

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Construção do hospital de Itaipu Ministro Costa Cavalcanti. Foto: Elias Attuy

Eu sou daqui. Era 1987, e o hospital onde eu nasci tem um laguinho na entrada e eu me lembro bem do laguinho, tinha peixinhos nele, muitos peixinhos.  Pode não parecer relevante, mas o laguinho do HI, na época Hospital de Itaipu (hoje o hospital tem outro nome) é muito famoso por aqui. Mas, vamos continuar…

Depois que eu nasci eu fui com meus pais morar no que todo mundo por aqui conhece como o bairro mais distante, Vila C, mas que na verdade, está localizado a 25 minutos de carro do centro. Ou seja, se você está lendo esse texto e mora em São Paulo, tá achando um absurdo isso ser longe. Pois é, eu também acho. Mas, quem não mora lá no meu bairro discorda da gente.

 É um bairro ótimo. Quando eu era pequena era mais bonito na verdade, tinha parques infantis, e as casas tinham cerquinhas brancas de madeira na metade do jardim, naquele estilo bairro americano de filme da sessão da tarde. A gente podia ficar até tarde na rua, porque não era perigoso. Claro o tempo muda e bom sabemos bem como são os dias de hoje.

Indo para a Vila C de busão
Indo para a Vila C de busão

Foi nesse bairro, onde eu ainda moro que vivi e descobri as coisas mais incríveis da vida. Claro não é o único bairro da cidade, mas é o mais próximo da maior usina hidrelétrica do mundo. Então sempre que você recebia familiares em casa, você podia ir até lá levando eles para os passeios, que na época eram de graça, caminhando. É a 15 minutos da minha casa. É meu amigo, você não tem esses privilégios na sua cidade, né. Ter Itaipu praticamente no quintal. É de mais.

Aqui dá pra ir a todo lugar de ônibus, todo mesmo, e onde você não puder ir de ônibus, você pode chegar de moto taxi. Se não me engano, esse termo e essa profissão nasceram aqui. Mas quando eu digo “todo lugar”, é tipo até lá no estrangeiro, pois temos duas linhas internacionais, uma inclusive passa na rua de baixo de onde moro, todos os dias as 7h15 da manhã. Eu posso ir, subir no ônibus e em 35 minutos tô no Paraguai. Incrível né? Sim!

Pois é, morar aqui tem esses benefícios, é um dos poucos lugares do mundo onde você pode estar em 3 países diferentes num mesmo dia. Ou se preferir em 3 baladinhas, em 3 países diferentes, na mesma noite. E, olha, o pessoal aqui vai muito badalar na Argentina.

Morar aqui é aprender desde pequena a lidar, respeitar e admirar as diferenças. Porque, nós temos amigos de muitas descendência e crenças.  Em Foz do Iguaçu você aprende na escola que todo mundo é igual, e que todos tem coisas maravilhosas a oferecer. Nesta cidade, há respeito, carinho e compaixão. E como recebemos tantos visitantes anualmente, é como se todos fossem um pouco nossos parentes. É uma grande família.

Fora que o fato de você ter tantas etnias num só lugar proporciona uma gama enorme de comidas do mundo pra você saborear. É o máximo. Tem alfajor e empanadas argentinas, chipa, chipaguaçu e o nosso amado tererê, o suculento e maravilhoso shawarma e os doces árabe… É muita coisa apetitosa de dar água na boca. Você precisa estar aqui pra sentir esses sabores incríveis. São pratos que não vamos encontrar com facilidade em outras cidades e que podemos comer quando queremos.

Quando você mora em Foz, você lida com muitas coisas, e uma delas é o clima intenso. Apesar de ser no sul do país, nos temos verões muito quentes (Rio de Janeiro que se cuide) e tanto calor, faz você correr aos balneários. As nossas “Prainhas” se estendem pelas cidades vizinhas, e são a diversão dos domingos de verão. É quase impossível encontrar um morador dessa cidade que não conheça ou nunca foi a um desses balneários. E é nesse verão das “arábias” que a gente consome uma quantidade absurda de erva de tererê, a bebida iguaçuense mais refrescante de todas (obrigada Paraguai!) que te acompanha a todos os lugares.

https://twitter.com/BetaniaArce/status/779371011598934020

E nem só de balneário vive o iguaçuense, tem parques aquáticos muito bons aqui. E claro, umas cachoeiras menorzinhas escondidas onde você pode se refrescar com os amigos.

Um iguaçuense de verdade, em algum momento da vida levantou cedo pra comer pastel na feirinha de domingo na JK, levou os parentes para passear nas cataratas, no Paraguai, na Argentina, foi perseguido por um quati nas cataratas nos passeios escolares, posou pra foto com a arara no Parque das Aves (não eu, eu tive medo), fez caminhada na avenida paraná, enfrentou horas de compras em Ciudad del Leste desviando dos insistentes ambulantes e seus pendrives, comeu horrores de azeitonas e empanadas na “feirinha” da Argentina e se perguntou: “o que aquelas bolas laranjas da avenida Brasil significam?”

E não vá você pensando que só porque aqui é uma cidade turística, todos os moradores conhecem todos os pontos turísticos, acredite, é tanta coisa incrível que a gente tá sempre descobrindo um novo lugar maravilhoso pra ir. É uma cidade de mil faces, que apesar de enfrentar dificuldades como todas as outras, tem tantas maravilhas pra mostrar que segue de portas abertas pra todos que quiserem aqui viver.

Eu queria contar muito mais para vocês, nossas lendas urbanas, a beleza da florada dos Ipês, a saudade que a gente sente da festa junina do 34º BIMec. Como é a festa do aniversário da cidade (Fartal). O quanto é empolgante ser criança e representar a escola no desfile de 7 de setembro, mesmo que seja muito frio por aqui nessa época.

São tantas coisas maravilhosas pra contar sobre a vida em nossa cidade, que não caberiam aqui. Mas, quem sabe numa próxima oportunidade. 😉

Jaqueline A. Brandão é publicitária em Foz do Iguaçu e trabalha com produção de conteúdo audiovisual. Siga ela no Facebook.

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