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A ciclofaixa da Schimmelpfeng e os erros no planejamento da cidade

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Amigos, quem já passou pela Avenida Jorge Schimmelpfeng deve ter percebido algo – até muito bonita e bem pintada – que, aparentemente, foi feito para ciclistas. Eu digo “aparentemente” porque esta semana foram pintadas bicicletas e colocadas placas avisando a passagem de ciclistas. Fora isso, a tal “ciclofaixa” não tem muito a ver com a verdadeira necessidade de Foz do Iguaçu e, aparentemente, feita sem uma consulta com as pessoas que andam de bicicleta – os verdadeiros usuários.

Um erro, por exemplo, é aquela faixa à direita. Há quem argumente que está no Código Nacional de Trânsito a obrigatoriedade de se trafegar à direita. Mas, neste caso, em faixa exclusiva, não deveria ser à direita, até porque este é o lado em que param os ônibus do transporte coletivo, além de ser o acesso ao comércio e aos hotéis da região. Ciclofaixas à direita devem ser feitas ou em locais sem necessidade de muitos acessos (como orlas e costaneiras) e/ou avenidas com calha de ônibus à esquerda.

Imagine que você é um ciclista e vem subindo a Schimmelpfeng. A subida é dura né? E aí, justamente em seu caminho, tem que perder o embalo por uma situação com a da foto abaixo.
 

Comentando o caso da ciclofaixa em questão com um amigo que trabalha na Prefeitura, dia desses, ouvi uma pergunta “então o que deveria ser feito?”. A resposta é simples – e de execução complexa: se pensar a cidade como um todo. Foz do Iguaçu precisa analisar condições de fluxo e geografia de terreno para projetar um Sistema Integrado de Ciclovias. Que não seja nem um playground e nem uma obra “pra inglês ver”, mas sim uma verdadeira alternativa para a mobilidade. Foz do Iguaçu deve pensar nas bicicletas, nos longs, nos skates, nos patins, nas motos, nos carros e, principalmente, nos veículos pesados, como caminhões e no transporte coletivo. E é preciso ouvir os usuários.

Uma cidade verdadeiramente planejada considera as mobilidade urbana como uma prioridade e atua nesta área como promotora da boa qualidade dos fluxos, oferecendo aos cidadão segurança nas mais diversas formas de deslocamento. O que se vê, no entanto, na Avenida Jorge Schimmelpfeng é uma aberração urbana, chamada de ciclofaixa.

Por hoje é só, minha gente!

 

 


 

 *Luiz Henrique Dias é dramaturgo e escreve todas as quartas aqui no Clickfoz. Ele era ciclista, mas roubaram sua bicicleta e, agora, ele é fotógrafo de coisas estranhas, como lagartos mortos e ciclofaixas ineficazes. Você pode seguir o Luiz no Twitter: @LuizHDias

 

 

  A opinião emitida nesta coluna não representa necessariamente o posicionamento deste veículo de comunicação

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