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A saúde pública e seus problemas

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Há tempos queremos saber de perto como anda a situação da saúde pública da cidade. Vemos e noticiamos reformas de postos de saúde, compras de novos equipamentos, treinamentos dos profissionais, mas tínhamos curiosidade de saber como isso está funcionando, na prática, para quem precisa.

Começamos a investigar, e a primeira conversa foi com o secretário municipal de Saúde, Alexandre Kraemer. Depois fomos para as unidades de saúde colher informações com os usuários do serviço e a partir destas informações surgiu a necessidade de uma série de reportagens sobre o assunto.

Para iniciar a série, o secretário explica que um dos grandes empecilhos da saúde iguaçuense é a falta de médicos, mas isso não acontece por indisposição da prefeitura, na verdade este é um problema social em todo o Brasil. Uma das soluções para a falta de profissionais da área médica, de acordo com Kramer, seria regularizar a situação dos estudantes que se formam nos países vizinhos do Brasil, para atuarem em território nacional.

Faltam médicos aqui e sobram lá fora…
A conversa por telefone com Kraemer durou quase uma hora, ele explicou como anda a situação da saúde pública, mas principalmente, por que faltam médicos em Foz do Iguaçu. “Eu tenho 20 pediatras ali em Puerto Iguazú querendo trabalhar, mas eu não posso contratá-los, faltam médicos especialistas no Brasil, essa realidade está se refletindo em Foz”.

Hoje o município conta com três pediatras concursados e 14 contratados, para atender toda a demanda de forma tranquila seria necessário melo menos mais 35 especialistas na área. “Não falta médico em Foz porque eles não são bem pagos, com ouvimos dizer às vezes, muito pelo contrários, um pediatra pode começar ganhando R$18.900 por mês, pagamos R$70 por hora”.

Kraemer explicou, “o que atrai médicos não são os salários, mas normalmente a estrutura para trabalhar, por isso os postos de saúde foram quase todos reformados”. No último concurso público feito pela prefeitura para contratação de novos médicos, houve 59 inscritos e desses apenas oito passaram. Um novo concurso será realizado em 2013.

“Os médicos especialistas estão concentrados nas capitais e ainda assim falta, o que nós temos são clínicos gerais”, afirma o secretário.

A faculdade de medicina ainda não é nossa…
O secretário Alexandre Kraemer acredita que a faculdade de medicina em Foz do Iguaçu pode ser a solução para o problema da falta de médicos, a longo prazo.

Ele explicou que a cidade onde os estudantes de medicina vão fazer a especialização, também conhecida como “residência médica” é onde eles acabam escolhendo para morar porque normalmente o curso é bastante demorado. Atualmente no Brasil o curso de Medicina dura no mínimo seis anos, depois uma especialização dura de dois a oito anos. “Nesse período o estudante começa a namorar, casa, constitui família e prefere ficar na cidade onde fez a especialização, isso acontece na maioria das cidades”, conta.

Mesmo a faculdade sendo uma solução, é algo que ainda demoraria muito, pelo menos oito anos pra ter uma turma formada com alguma especialização, caso o curso já estivesse operando.

Validação de diploma…
Por isso, outra solução seria validar diplomas de médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil, Kraemer disse que este projeto está sendo estudado pela presidenta Dilma Rousseff, mas ainda não há previsão de ser colocado em prática.

Confira na próxima reportagem – Fomos até a unidade de saúde do AKLP, conversamos com a Guelmantina Figueiredo que tem um filho de 31 anos, deficiente mental, atendido pela saúde pública desde criança e usuária do serviços públicos para outros membros da família.

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