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Foz do Iguaçu é Mohamed

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Foz do Iguaçu tem muito em comum com a França. A gente vê turistas de várias nacionalidades por todos os lados.

Assim como a região trinacional, imigrantes também estão por todos os cantos.

Superficialmente parece ter uma convivência branda e pacífica por lá, mas diferentemente dos iguaçuenses, os franceses são conhecidos pela sua xenofobia.

Com turistas.
Mas principalmente com os imigrantes.
Paris é bastante dividida.

Em 2011 eu estive lá e comprovei.

Eu
Pardo
Latino
Cabelos escuros

Recusaram a minha entrada em vários locais. E até em lojas de marca, na Champs-Élysées, chamaram a minha atenção.

Lá vive-se a ditadura do individualismo. Quer dizer, não só na França, mas em toda a Europa. Falar de religião não é bem visto. Omite-se esta informação em rodinhas de conversas, por exemplo.

Pelo que percebi, eles preferem omitir a mostrar respeito. Eu estranhei.

Mas também notei que a população quer algo novo. Nas estações de metrô, eu era abordado frequentemente por franceses que me perguntavam sobre o Brasil, quando eu saia passear vestido a camisa canarinho da nossa seleção.

Alguns tentavam ser cordiais. E isso me chamava a atenção. Mas no geral, isso não acontecia. Eu notei que os trabalhadores de Paris são bem estressados com os turistas que lotam a cidade todos os dias, e principalmente com os direitos a repatriação.

Com a eleição do esquerdista François Hollande, do Partido Socialista, que veio com propostas positivas para os imigrantes residentes, o país está dando sinais de mudanças.

Foz do Iguaçu, cerca 300 mil habitantes, 10% do que tem a grande Paris.
Nós somos uma cidade unida. Onde existe o respeito entre as nacionalidades e religiões. Onde todos somos ou respeitamos os Mohameds, os Jesus e os Budas…

Não temos preconceito e não omitimos nada a respeito das diversas religiões praticadas na região. Muito pelo contrário, o Templo Budista e a Mesquita Islâmica são frequentados por moradores e turistas todos os dias da semana.

Sem citar as tragédias ocorridas na última semana – o que lamentamos profundamente e dispomos ainda sobre o comprometimento com a liberdade de expressão e respeito – talvez a França possa aprender algo com Foz do Iguaçu sobre como amar os turistas, a dedicação de nosso povo por aprender outras línguas para recepcionar cada vez melhor os povos que vem conhecer nossas belezas naturais.

Esperamos que a marcha que aconteceu em Paris, a marcha contra o terrorismo, também faça com que o povo europeu mude o seu posicionamento sobre o acolhimento a todas as etnias.

Pois somos um só.
Somos humanos!
 


 

* Garon Piceli é editor do portal Clickfoz e gestor de comunicação da Loumar Turismo. Siga no Twitter: @garonpiceli

   

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