Sempre é bom participar de uma competição, melhor ainda, quando o resultado aponta vitória, aumenta o orgulho a estima, e cria um sentimento de união, principalmente esta, que todos os iguaçuesenses estavam no mesmo lado.
A maioria se engajou, votou e participou ativamente sem saber exatamente o quê representa esta conquista: ser eleita umas das 7 maravilhas da natureza.
Primeiramente, asseguro, caso não tivesse alcançado êxito, nada mudaria. Nossos problemas e dificuldades continuariam os mesmos, bem como as virtudes e o aumento de turistas que temos experimentado ao longo dos últimos anos, não diminuiria em absolutamente nada.
Entretanto, fruto da perseverança e competência de alguns, vencemos. E aí sim, podemos afirmar quais serão as conseqüências disto dentro da imagem e promoção turística de um destino como Foz do Iguaçu.
Em um primeiro plano, a vitória justificou os meios, ou seja, todos os investimentos feitos para a campanha, que certamente não foram pequenos pela grandiosidade e o tempo de quatro anos desde o início do concurso, retornaram multiplicados por muitas vezes.
Matérias em jornais, rádios e televisão, vídeos no YouTube, posts em blogs, menções nas redes sociais e assim por diante não podem ser mais medido com eficácia. Não há ferramentas suficientes que diriam com precisão qual é o retorno, tal é a extensão disso tudo.
No passado, levavam em consideração os centímetros das matérias em jornais ou preciosos segundos expostos na televisão ou rádio, multiplicados pelo preço de cada veículo e tinham o valor do retorno aproximado. Hoje em dia com a multiplicidade de mídias, quem fizer, não passa de um exercício de adivinhação.
Só como exemplo, quem pode dizer quantos milhões custaria uma menção igual feita por Kaká e Messi, para seus milhões e milhões de fans espalhados pelo mundo inteiro? Qual o impacto que isto gerou e está gerando? E a tirolesa do Nicleviz que ficará por décadas eternizadas no YouTube impactando pessoas ao longo de décadas?
Em outros momentos, já tivemos citações de cineastas, artistas e chefes de estado estrangeiro, mas eventuais e em um mundo que a informação tinha como base o telefone convencional ou em alguns casos, o velho telex, e a repercussão dependia mais do tradicional boca a boca.
Mas agora é diferente. A força e a intensidade, vários fatos criados dentro de um período curto e de amplitude mundial nos autorizam a dizer que o “buzz” criado: “não tem preço!”
O segundo aspecto se trata diretamente da promoção turística ao longo dos anos. Os destinos turísticos gastam milhões por ano em ações tradicionais: participação em feiras, anúncios em veículos de comunicação, mídias especializadas, FamTours, FamPress , Workhops e ai por diante.
Outros mais inovadores aliam tudo isto com ações digitais com forte presença nas mídias sociais, divulgação em portais e blogs. E todo esta parafernália de ações on-line e off-line existem para uma coisa, num menor custo possível, despertar e motivar 7 bilhões de moradores desta planeta desejarem vir ao Brasil e conhecerem as Cataratas do Foz do Iguaçu.
Para ajudar como isto funciona: vamos imaginar pessoas espalhadas em cada um dos continentes.
Estes cidadãos pelo mundo decidem que está na hora de viajar e começam a fazer seus planos de viagem. Iniciam, é óbvio, pelo destino. Quais os países gostariam de incluir em seu roteiro? Mesmo a concorrência sendo enorme e competente, suponhamos que o escolhido foi o Brasil.
Mesmo com dificuldade, o Brasil não é ainda a bola da vez desta escolha. Ainda é algo desconhecido e temerário com dificuldade de acesso e longe dos principais núcleos emissores mundiais. Por isto, só recebeu ano passado 5,1 milhões de turistas internacionais e tem previsão para 5,4 milhões em 2011. Estes números são ínfimos levando em consideração que OMT – Organização Mundial do Turismo, prevê que 1 bilhão de pessoas viagem pelo mundo em 2011. Entretanto, após a Copa do Mundo e Olimpíada estes números tendem a crescer muito.
O problema é que historicamente Foz do Iguaçu tem recebido menos de 16% de todo turista estrangeiro. Mesmo sendo o 2° destino de lazer que mais recebe, é muito pouco para nossas pretensões.
Aí que a chancela concedido pela fundação Suiça, entrará em campo. Aqueles cidadãos do nosso exemplo, serão um destes que virão ao Brasil nos próximos anos e serão impactados pelas muitas informações em todas as línguas e em todas as mídias que tem um atrativo naturalextremamente importante no Sul do Brasil, e que foi eleito em 2011, uma das 7 Maravilhas daNatureza, e que justificará ele incluir em seu roteiro de viagem. Este percentual de 16% pode dobrar ao longo dos anos.
Aumentando o número de turistas estrangeiros no Brasil e, consequentemente, aumentando o número destes turistas que passarão a inserir Foz do Iguaçu em seu roteiro, esta chancela internacional da fundação suíça será a maior arma promocional que a cidade terá ao longo dos anos.
Vejam que apenas citei as vantagens dentro do cenário internacional; mas qual brasileiro não vai querer conhecer ou retornar a cidade que tem uma das 7 maravilhas da Natureza ? E o crescimento na área de incentivos e eventos?
Para o bem de desta cidade, não existem mais fórmulas ou projeto único que podem mudar a vida dos cidadãos em um passe de mágica, como fora sempre prometido no passado. Esta eleição também não servirá para isto.
O amadurecimento da cidade passa por este entendimento que o conjunto de ações coordenadas e planejadas vão mudando para melhor a vida dos iguaçuenses, e não tenho dúvidas, esta eleição vai catalisar e amplificar o processo de mudança que a cidade precisa na promoção e captação de turistas. E aí sim esta eleição vai facilitar demais as coisa a partir de agora.
Marcelo Valente (@valentefoz) é Administrador de Empresas em Foz do Iguaçu – Diretor da Loumar Turismo e Hotel Bella Italia.
A opinião emitida nesta coluna não representa necessariamente o posicionamento deste veículo de comunicação
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