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Projeto da Unila ajudará índios a ingressar na universidade

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Aproximar as comunidades guarani e a Unila tem sido um dos objetivos do projeto de extensão “Memória indígena e reparações pedagógicas na região de fronteira”.  Neste mês, um grupo da comunidade acadêmica da Universidade esteve nos Tekohas (aldeias) Itamarã e Añete, em Diamante do Oeste, para ajudar jovens guarani a inscreverem-se no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, assim, incentivá-los a ingressar em universidades como a Unila. A atividade contou com a presença de lideranças indígenas.

A iniciativa visa criar canais de diálogos em uma perspectiva intercultural. O próximo passo será a realização de cursos preparatórios para o Enem, atividades que acontecerão nos meses de junho e outubro, nessas mesmas aldeias, além do Tekoha Ocoy, localizado em São Miguel do Iguaçu. “Estamos organizando equipes para auxiliar os candidatos a prepararem-se para o Exame, que será em novembro. Isso porque o Enem traz temas ‘universais’, o que se distancia daquilo que os indígenas estudam em suas escolas. É importante frisar que as escolas indígenas são específicas e diferenciadas, e os conteúdos nem sempre são os mesmos ensinados nas demais instituições”, explica o professor Clovis Antonio Brighenti, coordenador do projeto e do curso de História – América Latina da Unila.

Essas atividades compõem um conjunto de ações, cujo objetivo central é “fortalecer processos de reparações com relação às graves violações de direitos humanos – cometidas contra o povo guarani, no oeste do Paraná -, conforme recomendações apresentadas em dezembro de 2014, no Relatório Final publicado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) para o Brasil”, explica o docente. O trabalho envolve, ainda, a produção de documentos que contribuam com as ações das comunidades no que tange às reparações; e a elaboração de produtos para atividades pedagógicas de ensino em escolas, indígenas e não indígenas, além de universidades.

“Nesse contexto de fronteira, é imperioso considerar a dinâmica territorial e a mobilidade dessa população. Por exemplo, para os guaranis, os rios Paraná e Iguaçu nunca se constituíram como fronteira, mas como componente de ligação e facilitador da mobilidade, já que os indivíduos podiam deslocar-se com mais facilidade por água do que por terra. Essa dinâmica guarani encontra resistência nos Estados Nacionais, que a todo instante insistem em tachar esses territórios como estrangeiros ou nacionais”, opina Brighenti.

O projeto dialoga com as comunidades guarani no oeste do Paraná e faz uma interlocução com esses grupos no Paraguai e na Argentina. Iniciado em 2015, o trabalho retoma as atividades em 2016 com algumas alterações de atividades, como a produção de material pedagógico a partir dos registros de memória, para escolas indígenas, em consonância com as recomendações da Comissão Nacional da Verdade. Além do docente, o projeto conta com uma equipe formada por bolsistas e voluntários dos cursos de História; Antropologia; Ciência Política e Sociologia; Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar; além do mestrado Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos da Unila.

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