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Microalgas são alternativa para a geração de energia limpa

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Energia limpa e um futuro repleto de possibilidades – é assim que se pode descrever a viabilidade tecnológica e econômica do uso das microalgas para produção de biocombustíveis, sequestro de carbono e tratamento de efluentes. Essa foi a constatação dos participantes do 1° Seminário Microalgas, realizado em São Paulo.

O encontro reuniu pesquisadores nacionais e internacionais que abordaram temas como: “produção industrial de microalgas para biocombustíveis e sequestro de carbono”; “projetos de desenvolvimento tecnológico da Algae Biotecnologia”; “integração do cultivo de microalgas em usinas de açúcar e álcool”; “utilização de microalgas para tratamento de efluentes urbanos” e “análise de ciclo de vida na produção de biocombustíveis de microalgas”.
 
Um dos momentos mais aguardados do seminário foi a palestra da cientista e professora doutora da Colorado School of Mines (USA), Maria Ghirardi, que falou sobre os trabalhos desenvolvidos no National Renewable Energy Laboratory (NREL), instituição norte-americana considerada uma das pioneiras em pesquisas com microalgas para produção de biocombustíveis.
 
De acordo com a professora, a busca por combustíveis alternativos como biodiesel, etanol, metanol, energia solar, entre outros, têm sido uma constante em muitos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde ela atua há 18 anos, o foco das pesquisas é a produção de hidrogênio por meio de microalgas. “O gás hidrogênio oferece grandes vantagens por ser renovável, ter uma combustão limpa (só gera água como resíduo), e principalmente porque sua produção não concorre com a agricultura, ou seja, não compete com a produção de alimentos”, esclarece Maria Ghirardi.
 
Além de possibilitar a produção de biocombustíveis, as microalgas podem ser usadas na mitigação do efeito estufa, pela assimilação do CO², resultado do processo de queima dos combustíveis fósseis e de práticas agrícolas impróprias (as queimadas, por exemplo). “O cultivo de microalgas pode ser integrado à usinas de açúcar e álcool, com a utilização de sub-produtos da produção do etanol, como a vinhaça. Esta integração permite a economia de insumos fósseis para a produção do biodiesel de microalgas”, destaca outro palestrante do seminário, o professor Reinaldo Bastos, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de São Carlos.
 
De acordo com o responsável pelo evento Sérgio Goldemberg, gerente técnico da Algae Biotecnologia, o cultivo de microalgas é feito, inicialmente, em reatores dentro de laboratório. Neles, as microalgas, alimentadas por nutrientes entre os quais o CO², dobram de tamanho a cada dois dias. Elas geram uma grande quantidade de biomassa rica em óleo que pode ser extraída e transformada em biodiesel e bioquerosene para aviação. “Durante o estágio inicial, a biomassa bruta pode ser utilizada como substrato alternativo para biodigestores gerando biogás e biofertilizantes. Além disso, a biomassa contém proteínas que podem ser utilizadas na alimentação animal ou para a extração de compostos de alto valor agregado”, explica Goldemberg.
 
Outras aplicações também estão relacionadas ao emprego das microalgas, tais como o tratamento de águas residuais de inúmeros processos industriais, para a detoxificação biológica e remoção de metais pesados. “O cultivo de microalgas integrado às Estações de Tratamento de Efluentes ajuda na despoluição ao mesmo tempo em que serve nutrientes para as microalgas”, afirma o pesquisador Paulo Vagner dos Santos, que atualmente faz doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento na Universidade de São Paulo (USP), que apresentou o painel “Utilização de microalgas para tratamento de efluentes urbanos” durante o seminário.
 
O evento contou ainda com as palestras de Eduardo Jacob-Lopes, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que falou sobre o sequestro de carbono por microalgas, e da química Anna Lucia Mourad, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), que explicou como é feita a análise de ciclo de vida na produção de biocombustiveis de microalgas.
 
A indústria também teve a oportunidade de expor suas expectativas sobre a tecnologia de microalgas: Paulus Figueiredo, gerente de energia da TAM Linhas Aéreas, abordou as demandas do setor de aviação por bioquerosene, ressaltando que é preciso adotar matérias-primas para a produção de bioquerosene que não impactem negativamente a produção de alimentos e que sejam ambientalmente sustentáveis; Jaime Fingerut, gerente de desenvolvimento estratégico do Centro de Tecnologia Canavieira avaliou a possibilidade de inserção do cultivo de microalgas em usinas de açúcar e álcool e Oswaldo Lucon, da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo abordou legislações e metas de redução de emissão de CO² nos âmbitos do estado e federação.
 
O evento foi organizado pelo Instituto Ekos Brasil, ONG que desenvolve projetos destinados a preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável, e teve o apoio da Algae Biotecnologia, empresa, pioneira no desenvolvimento tecnológico de sistemas de cultivo de microalgas.

Sobre o Instituto Ekos Brasil – O Instituto Ekos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos que atua no planejamento e implantação de unidades de conservação da biodiversidade e na promoção da sustentabilidade de sistemas produtivos em parceria com organizações brasileiras e internacionais.
 
Sobre a Algae – A Algae Biotecnologia Ltda faz parte do Grupo Ecogeo, holding composta por cinco empresas especializadas em serviços geotécnicos e remediação ambiental, mudanças climáticas, mercado de carbono e energias renováveis. A Algae é a pioneira no desenvolvimento tecnológico de sistemas de cultivo de microalgas e cianobactérias no Brasil e na América Latina. O potencial de produção de biocombustíveis, de outros compostos de interesse industrial e sequestro de CO² a partir destes microorganismos é imensurável, e através de um projeto estruturado de pesquisa, a Algae em breve disponibilizará processos e equipamentos para a sua utilização comercial.
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