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O primeiro concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná deste ano será neste domingo (08), às 10h30, no grande auditório do Teatro Guaíra (Guairão), sob a regência do maestro Alessandro Sangiorgi. No programa estão três importantes obras, duas do compositor alemão Félix Mendelssohn: “Ouverture – A Gruta de Fingal (As Hébridas)”, e “Sonho de uma noite de verão”. “Concerto para oboé e Orquestra”, do austríaco Joseph Haydn, com solo de Paulo Barreto, também faz parte da programação.
Mendelssohn criou obras de alta qualidade formal, fiel ao Classicismo vienense, mas com uma linguagem pessoal. Homem culto e eclético dotado de conhecimentos foi também um bom pintor, escritor e com ampla experiência literária. Foi principalmente um grande compositor.
“A Gruta de Fingal”, que abre o concerto, foi escrita entre 1830-1831, baseada nas impressões que o compositor teve em viagem à Escócia. “A música faz alusão à gruta basáltica da ilha de Staffa localizada próxima à Dublim. O nome Fingal é uma homenagem ao herói lendário do poema épico escrito por James Macpherson e publicado em 1762 e vem do irlandês “Fine Gall” que significa “território do estrangeiro de cabelos loiros” numa referência aos vikings.
Mendelssohn, impressionado com o local, escreveu a música e a intitulou, “Die einsame Insel (A ilha solitária)”, mais tarde, em versão revisada nominou – a “As Hébridas” especificando no título “A gruta de Fingal”. A obra não é descritiva e sim uma visão das cenas e lembranças da região.
A estrutura musical traz um allegro de sonata em si menor. O primeiro tema é ouvido pelo fagote, violas e violoncelos, passando por muitas transformações rítmicas. O segundo tema é mais expressivo entregue aos violoncelos. Ao final do desenvolvimento reaparece o tema principal que é apresentado em staccato e em notável crescendo que conduz a escalas em semicolcheias pelos instrumentos de cordas, evocando os ecos que ressoam nas paredes da gruta açoitada pelas ondas. O legado inicial reaparece e termina com os murmúrios do mar.
SHAKESPEARE – Ainda em 1826, com apenas 17 anos, Mendelssohn compõe sua primeira obra-prima, a abertura “Sonho de uma noite de verão”, que também faz parte do repertório e encerra o concerto. A obra é rica em efeitos atmosféricos e lirismo. Baseada na peça de Shakespeare forma a combinação perfeita entre a música incidental de Mendelssohn e o teatro. A “Abertura op. 21” foi originalmente composta para dois pianos em 1826 e orquestrada em 1843 (op. 61) a pedido do Rei Frederico IV da Prússia e demonstra que o compositor soube, como ninguém, captar o espírito da comédia, bem como recriar o mundo das fadas de forma tal, que escapa ao âmbito da pura e simples fantasia.
Logo no início, ouve-se quatro longos acordes, incitando a imaginação. O tema da música leva o ouvinte ao reino de Oberon, descrito pelo escritor inglês, Willian Shakespeare, em seu conto “Sonhos de uma Noite de Verão” ambientada na Grécia mítica e que conta a história de seres élficos e personagens mitológicos descrevendo a magia e a realidade em uma só dimensão. Teseu, grande herói grego está para se casar com Hipólita, a rainha das amazonas. A música incidental para a peça de Shakespeare e a famosa Marcha Nupcial foram acrescentadas em 1842. A Marcha Nupcial com orquestração alegre e solene ganha vida própria e percorre o mundo, e hoje é executada na maioria dos casamentos.
HAYDN – A segunda obra desta apresentação da Orquestra Sinfônica é o “Concerto para oboé e orquestra”, do compositor austríaco Joseph Haydn, com o solo do oboísta Paulo Barreto, músico integrante da Orquestra Sinfônica do Paraná.
Para interpretar a obra de Haydn, “Concerto para oboé e orquestra” foi convidado o solista Paulo Barreto integrante da Orquestra Sinfônica do Paraná desde 1987 e que ocupa o cargo de primeiro oboé solista desde 1989. Ele já trabalhou junto à Orquestra Sinfônica do Recife, onde iniciou seus estudos musicais, sob a regência do maestro Eleazar de Carvalho. Entre seus trabalhos realizados destacam-se concertos com a Singakademie de Frankfurt (Oder) e Orquestra Filarmônica de Frankfurt (Oder), com a qual realizou várias tournées pela Europa, quando teve a oportunidade de se apresentar junto ao violoncelista e maestro russo Mstislav Leopoldovich Rostropovich, um dos mais significativos intérpretes de violoncelo da atualidade.
No Brasil, Paulo Barreto recebeu vários prêmios incluindo o primeiro lugar no Concurso Nacional Santa Marcelina (São Paulo) com o Quinteto de Sopros de Curitiba, do qual é membro fundador. Além dos trabalhos como músico é também professor no curso superior da EMBAP.
Serviço
Concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná.
Data: 8 de fevereiro
Horário: 10h30
Local: Guairão
Ingressos: Antecipados – R$ 20,00 (plateia) e R$ 10,00 (1.º e 2.º balcões). No dia – R$ 30,00 (plateia) e R$ 20,00 (1.º e 2.º balcões)
