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Parque das Aves e entidades oficializam revisão da lista vermelha de aves ameaçadas

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Foto: Parque das Aves

Nesta sexta-feira, 23, acontece no Parque das Aves a primeira reunião após a instituição ter assinado um convênio com o Estado do Paraná, por intermédio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA e do Instituto Ambiental do Paraná – IAP. Esse convênio permitirá o trabalho conjunto para a revisão da lista vermelha de espécies de aves ameaçadas de extinção do Paraná. Estarão presentes representantes de ambas as entidades, além de outras autoridades, que participarão de uma breve cerimônia para celebrar o convênio.

Além da revisão da lista, o intuito da parceria é monitorar o status de conservação dessas espécies e trabalhar em planos de ação para sua preservação.

A Lista Vermelha

A lista vermelha tem a função de identificar espécies correndo risco de extinção e avalia seu grau de ameaça, e também tem o papel de promover a proteção oficial e legislativa às espécies identificadas como ameaçadas de extinção. Ao destacar as espécies que mais precisam de proteção, ela permite um ranqueamento conforme o perigo de extinção, possibilitando que as políticas públicas possam ser mais efetivas na conservação das espécies.

Foto: Parque das Aves

Mas para ser eficiente, a lista vermelha deve ser atualizada a cada 5 anos, pois a situação de qualquer espécie muda ao longo do tempo. No estado do Paraná, a última lista vermelha de aves ameaçadas de extinção foi publicada em 2004.

“É de extrema importância fazer este trabalho agora, identificando espécies que mais precisam da nossa ajuda, além de possibilitar a proteção legal das aves do estado do Paraná em risco de extinção. Agradecemos imensamente o IAP e a SEMA, que desde o começo mostraram o tamanho do seu comprometimento em realizar este trabalho”, comenta a Dra. Carmel Croukamp, diretora geral do Parque das Aves.

O processo de revisão

Entre outras atividades, o Parque das Aves ficará responsável pela contratação e monitoramento das equipes de trabalho, auxiliando a SEMA e o IAP na elaboração da lista estadual de espécies de aves ameaçadas.

A revisão contará com três etapas principais: na primeira, haverá uma consulta popular, na qual o público geral (inclusive observadores de aves) poderá fornecer dados através de uma plataforma aberta e livre na internet, possibilitando a transparência do processo; na segunda fase, as comunidades científica e de ornitólogos do Paraná se reunirão para avaliar todos os dados disponíveis, em um rigoroso processo científico; a terceira e última fase culminará na confecção e publicação de uma lista vermelha de espécies de aves ameaçadas do Paraná atualizada.

Todo o processo será mediado e executado pela Hori Consultoria Ambiental, coordenada por Fernando Straube e Alberto Urben Filho, ornitólogos renomados do Paraná com ampla experiência na supervisão da criação de listas vermelhas. “Ficamos felizes e honrados pela aceitação da Hori para fazer esse trabalho importante para as aves do Paraná”, afirma a Dra. Carmel.

A revisão seguirá as recomendações dos seguintes documentos: “Diretrizes para aplicação dos Critérios da Lista Vermelha da IUCN nos Níveis Regional e Nacional” e “Categorias e critérios da Lista Vermelha da IUCN”. Além disso, uma das inovações dessa revisão será a criação de banco de dados, que poderá ser utilizado nos processos de avaliação de outras listas oficiais.

Foto: Parque das Aves

Listas vermelhas no Paraná

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas foi criada em 1964 pela União Internacional para a Conservação da Natureza (em inglês, IUCN – International Union for Conservation of Nature) para ajudar a monitorar e servir como instrumento na conservação de plantas, animais, fungos e protozoários que vivem no planeta.

O Paraná foi o primeiro estado brasileiro com uma lei voltada para a proteção da fauna e da flora (Lei nº 11.967 de 17 de fevereiro de 1995), resultando na “Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção no Estado do Paraná”, com 117 espécies de aves listadas ameaçadas de extinção. Este passo foi muito importante, pois uma lista vermelha em nível estadual indica de forma mais precisa a situação de ameaça das espécies em nível regional, possibilitando ações mais efetivas, além de mobilizar a população local.

Em 2004, a revisão dessa lista apontou 169 espécies de aves em risco de extinção, que aparecem no Anexo II do Decreto Estadual 3.148 de 15 de junho de 2004. Hoje, 14 anos depois, o Parque das Aves tem o prazer de poder contribuir de forma crucial na reavaliação dessa lista.

O Parque das Aves e a Mata Atlântica

Em 2017, o Parque das Aves se transformou em um Centro de Conservação Integrada de Aves da Mata Atlântica, um bioma em situação crítica, que já está com 91,5% de sua área original desflorestada. A decisão foi tomada por conta das mais de 900 espécies de aves que nela vivem, 120 ameaçados de extinção, dentre as quais 26 estão criticamente em perigo, algumas com menos de 50 indivíduos na natureza. Para conseguir trabalhar da maneira mais efetiva possível com a conservação dessas espécies, o Parque está recrutando profissionais especializados em suas áreas de atuação, maximizando os impactos de suas ações de conservação.

“A crise na conservação das aves da Mata Atlântica requer todo nosso esforço, e o empenho dos melhores profissionais de conservação no mundo. Estamos trabalhando para dar às aves o melhor que os humanos têm a oferecer”, diz a diretora e CEO do Parque das Aves, Dra. Carmel Croukamp.

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