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Primeiro grupo em recuperação judicial do PR amplia faturamento em 70%

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Primeira empresa no Paraná a passar por plano de recuperação judicial (instrumento que substitui a antiga lei de Falências e Concordatas), a rede de farmácias Multifarma ampliou seu faturamento em 70% no período de um ano (de janeiro de 2008 a janeiro de 2009), depois que o grupo e seus fornecedores entraram em acordo. Os números comprovam que, na prática, a recuperação judicial tem funcionado como uma iniciativa eficaz para a recuperação financeira de empresas e para solucionar eventuais casos de inadimplência.

Em novembro de 2007, a 2ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba homologou o plano de recuperação judicial da Multifarma, que havia sido aprovado em assembléia pelos credores. O plano prevê o pagamento da dívida de R$ 5,7 milhões em até 96 meses. Entretanto, a rede de farmácias traçou uma estratégia de pagar R$ 100 mil por mês e, com isto, espera que o débito seja saldado na metade do prazo estipulado.

A partir da aprovação do plano, assessorado pela Consult Consultoria Empresarial, o grupo se reorganizou, corrigiu sua gestão e se solidificou. As ações adotadas permitiram que a empresa começasse a apresentar números positivos, mesmo em tempos de crise financeira internacional. “Nós estamos nadando contra a crise e temos apresentado um ótimo desempenho”, comemora o diretor da Multifarma, Eduardo Bremm de Castro.

AÇÕES – Além do sucesso da recuperação judicial, a reversão do quadro da rede se deve às otimizações na estratégia de gestão da empresa. Por meio de acordo com fornecedores, o grupo recompôs o estoque, o que impactou diretamente no faturamento, que cresceu 70%. A maior receita possibilitou à Multifarma fazer 100% de suas compras a vista. Resultado: a empresa passou ilesa pelos efeitos da crise internacional e conseguiu reduzir o custo médio de venda de 64,5% para 62%, ampliando ainda mais a receita.

A Multifarma também implantou uma política de corte de gastos, que gerou uma economia imediata que representa 1,5% do faturamento da empresa. As contas de telefone tiveram redução de 31%; as de energia elétrica, 12%; e com os aluguéis, o grupo economizou 12%, por meio de renegociações.

A rede passou a apostar, ainda, em ofertas de merchandising. Foram firmados 18 contratos com empresas que passaram a explorar a estratégia em pontos de venda da Multifarma. Além disso, duas filiais que estavam com desempenho abaixo do esperado foram transferidas de endereço e passaram gerar lucro. Com o cenário positivo, o grupo aumentou os investimentos em capacitação dos 340 funcionários que hoje compõem o quadro da Multifarma. Cerca de 0,2% do faturamento está sendo destinado à qualificação profissional e o resultado tem sido positivo: o turnover (ou rotatividade de funcionários) caiu de 21% para 2%.

EXPANSÃO – Na contramão da crise, a Multifarma, que atualmente possui 31 lojas em Curitiba e nas regiões Metropolitana e Portuária, anunciou que iniciará neste ano um plano de expansão, que prevê a aberturas de franquias. Ao final do projeto, a rede deve contar com mais 40 unidades, ampliando em 130% o número de farmácias que têm o selo Multifarma. A expectativa é de que o número de parceiros aumente na mesma proporção. Inicialmente, as novas unidades devem ser abertas no Paraná, devendo se expandir para outros estados. O custo de adesão à franquia está estimado em R$ 30 mil por unidade, o que deve render à Multifarma recursos da ordem de R$ 1,2 milhão.

O plano da empresa é investir esta verba em capacitação de funcionários e no layout das lojas. A partir da implantação das novas unidades, a empresa projeta crescimento de 4% de seu lucro líquido trimestral. Um outro reflexo imediato da ampliação será a maior competitividade da Multifarma, com o aumento bruto de vendas, o que deve dar ao grupo maior poder de negociação com os fornecedores. Além disso, com mais unidades flanqueadas, a rede terá uma fatia maior para destinar a publicidade. “Este plano de expansão vai acontecer, porque a empresa está capitalizada”, ressalta Bremm de Castro. A expectativa é de que as novas unidades estejam operando a partir do segundo semestre deste ano.
 

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