Aumentar de 45 para 50 toneladas o volume de alimentos doados mensalmente às instituições assistenciais de Foz do Iguaçu é a proposta da Campanha de Combate ao Desperdício 2009 – “Sua Doação Pode Salva Vidas” – lançada na sexta-feira (03) pela Central de Abastecimento de Foz do Iguaçu (Ceasa). Os produtos repassados são frutas, legumes, verduras e hortaliças que, embora tenham um aspecto que dificulta a comercialização, estão absolutamente adequados para o consumo. Todos são entregues ao Banco de Alimentos, responsável pelo recebimento, triagem e destinação dos produtos. A atividade conta com o apoio da Itaipu Binacional, por meio do Programa Segurança Alimentar e Nutricional.
Para as 90 entidades cadastradas no Banco de Alimentos, o repasse dos produtos atende grande parcela da necessidade nutricional dos assistidos. Caso da Legião da Boa Vontade (LBV), responsável por atender 60 crianças. Segundo Maria Célia Pereira, gerente administrativa da LBV, essa colaboração é fundamental para melhorar a qualidade dos alimentos oferecidos às crianças. “Sem essas hortaliças, ofereceríamos uma alimentação incompleta e pobre em nutrientes”, afirma.
No entendimento de Joel de Lima, assistente do diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, é exatamente este o objetivo da empresa. “Nossa atuação visa oferecer a toda a comunidade uma alimentação saudável, adequada e solidária”, ressalta. Segundo Joel, Itaipu vem trabalhando em parceria com várias instituições da região, em projeto conduzido por Dom Mauro Morelli, visando a implantação do Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional (Cresans). A pauta do Centro inclui desde a produção até o consumo adequado, com foco no combate ao desperdício e no fortalecimento dos Bancos de Alimentos, sempre orientado pelas políticas públicas do setor, tais como o Programa Fome Zero e o Programa de Aquisição Direta da Merenda Escolar, ambos do Governo Federal.
Campanha – De acordo com o gerente da Ceasa em Foz, Valdinei dos Santos, o desafio é sensibilizar a todos que trabalham na Central de Abastecimento. Atualmente, a cada 10 atacadistas credenciados a Ceasa, nove já fazem a doação. “Precisamos chegar a 100%”, destaca. Outra proposta apresentada por Santos é incentivar instituições como mercados e mercearias, além de produtores autônomos, a entregar frutas, verduras, legumes e outros produtos ao Banco de Alimentos. “Essas doações fazem a diferença e podem salvar vidas”, diz.
Um dos colaboradores do Banco é Deonilson Melhorança. Para ele, é uma satisfação destinar os produtos inadequados para a venda no Banco. Além de evitar o desperdício e o descarte no meio ambiente, ele tem a possibilidade de ajudar quem mais precisa, acredita.
Marcos Pescador, diretor administrador da Ceasa – Paraná, garante que a doação por parte dos atacadistas do Ceasa e empresas não vai alterar o preço dos alimentos ou reduzir as vendas, pois as famílias beneficiadas são aquelas sem qualquer condição de comprar.
Volume – A média de repasse mensal da Central de Foz gira em torno de 45 mil quilos – de janeiro até o final de junho foram destinadas 270 toneladas de frutas, legumes e hortaliças às 90 instituições cadastradas. Entre elas, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, LBV e Núcleo de Ação Solidária à Aids (NASA). Em 2008, foram entregues 305.147 quilos de alimentos a 105 entidades assistenciais do município. Em todo o Paraná, são destinadas mensalmente 450 toneladas de alimentos a 400 entidades. O volume poderia ser pelo menos 10% maior.
Sobras – Durante a cerimônia de lançamento, integrantes do Provopar ofereceram ao público um cardápio com reaproveitamento de alimentos. Caldos de milho, espinafre, brócolis e cenoura foram servidos aos visitantes. Para a sobremesa, frutas como morango, kiwi e banana foram utilizados na produção de pequenas tortas. “Observamos a quantidade de cascas e sobras que são desprezados todos os dias. Com conhecimento é possível realizar um reaproveitamento de quase 100%”, revela o chef Rogério Salvino, responsável pela produção do cardápio. Segundo ele, casca de cenoura, talos de verduras podem compor um nutritivo cardápio de muitas famílias.
