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Os desafios do planejamento e mobilidade urbana trinacional

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Se para uma cidade tradicional já é um desafio elaborar e implantar o planejamento urbano, para Foz do Iguaçu o desafio é ainda maior. A ótica de pertencer a uma região trinacional, num primeiro momento pode parecer um grande problema, mas ao mesmo tempo, podemos chegar a conclusão que temos um potencial para um avanço sem igual. Vivemos numa cidade com mais de 60 etnias, o que nos torna um exemplo para o mundo. Somos um polo hoteleiro, turístico, comercial e universitário em franca expansão.

Quem pega o mapa do Brasil e analisa a posição geográfica do município, vê um município “no fim do mundo”, na “problemática” fronteira com o Paraguai. Já quem pega o mapa da américa latina e observa a posição de Foz do Iguaçu, pode vê-lo como um ponto estratégico de integração da américa latina e mesmo do Mercosul.

A fim de clarear este posicionamento estratégico de nossa região – aspecto fundamental para alavancar o desenvolvimento e pensar num planejamento urbano macro-regional, elenca-se abaixo alguns pontos:

  1. A região trinacional possui  três aeroportos internacionais num raio de 25 km.
  2. Foz do Iguaçu é Cidade internacional, onde vivem mais de 60 etnias. Em foz qualquer supermercado aceita cinco moedas: dólar, euro, guarani, peso argentino e real. Na maioria dos grandes supermercados o preço da compra já sai nas diversas moedas.
  3. A fronteira com o Paraguai configura o terceiro maior polo comercial do planeta.
  4. Foz do Iguaçu tem potencial para um Polo intermodal de transportes: aéreo,  rodoviário, ferroviário e hidroviário. Boa parte destes modais já estão em operação, faltando apenas ajustes e alguns investimentos.
  5. Foz está no caminho da futura ferrovia bioceânica Paranaguá – Antofagasta, no Chile. Esta ligação representará uma quebra de paradigmas na ligação continental. Uma vez conectada com os outros modais de transporte, nossa região irá possibilitar a integração econômica e turística de milhões de latinoamericanos, onde os  benefícios consequentes são imensuráveis.
  6. A região é passagem da hidrovia Paraná-tietê, que conecta Buenos Aires e Montevideu aos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, além de dezenas de outros municípios do Paraguai e da Argentina. O Rio Paraná possui em torno de 4.900 km de extensão, torna possível um passeio hidroviário para conhecer Buenos Aires e Montevideu, saindo de um Porto no Espaço das Américas.
  7. Foz tem também potencial para tornar-se possível Hub Aéreo da América do sul. Existem projetos em desenvolvimento na cidade para Foz seja também o elo de ligação aérea latino-americana.
  8. Polo turístico de importância internacional. Com as cataratas do Iguaçu elevadas a uma das sete maravilhas do mundo, Foz pode dobrar ou triplicar o número de visitantes, há que se preparar para isso.
  9. Polo Universitário. Com a chegada da UNILA e do IFPR, o ensino superior federal soma-se à Unioeste, que é estadual, para totalizar a curto prazo quase 15 mil vagas de estudo gratuito. Ainda existem em Foz, outras quatro instituições de ensino privadas e uma comunitária, a Nova Uniamérica.

Sob esta ótica, a região trinacional deixa de ser um “fim de mundo” e o planejamento urbano da cidade, passa a ser o planejamento urbano do chamado Polo Iguassu, região trinacional com 9 municípios pertencentes aos três países: Puerto Iguazú, Wanda, Puerto Esperanza e Puerto Libertad, na Argentina; Foz do Iguaçu, no Brasil; e Presidente Franco, Ciudad del Este, Hernandarias e Minga Guazú, no Paraguai. Não vivemos numa cidade de pouco mais de 200 mil habitantes, mas num polo trinacional com uma população que se aproxima de um milhão de pessoas! Está claro o potencial de empreendedorismo internacional que possuímos?

Os estudos de mobilidade urbana e integração, ganham outra dimensão, temos a oportunidade de implantar uma região pacífica e de convivência harmônica com o pensamento diferente, entre três países e mais de sessenta etnias. Isso faz de nossa cidade uma referência para o mundo e vai muito além de apenas receber turistas: há algo diferente em Foz do Iguaçu!

* Alexandre Balthazar é mestre em Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2005), MBA em Gestão da Aprendizagem e graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (1994). Participou da elaboração do Guia Iguassu, o primeiro Guia de Turismo Trinacional visando a integração da tríplice fronteira. Atuou na criação e implantação de Planos Diretores Municipais. É atualmente delegado do CAU-PR na categoria de Patrimônio Histórico de Foz do Iguaçu e é vice-presidente do CEPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Foz do Iguaçu. Coordenador e professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIAMÉRICA. Coordenou o Projeto Integrador do Parque Linear do Boicy, entregue para a prefeitura no dia 11 de dezembro de 2017. Atua na academia e profissionalmente nos seguintes temas: meio ambiente e recursos hídricos, desenvolvimento regional sustentável, políticas públicas e planejamento urbano.

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