Apesar de todos os esforços despendidos pelo Governo Municipal ao longo dos últimos meses, os números da dengue voltaram a subir, atingindo o Nível 2 do Plano de Contingência do Município e deixando a cidade em situação de alerta. De agosto do ano passado (quando iniciou o Ano Epidemiológico) até hoje, 05, 2.191 casos foram notificados e 205 foram confirmados para a doença. A grande maioria – 180 casos – foi registrada no primeiro trimestre deste ano.
Para tentar combater novos casos, a Prefeitura de Foz do Iguaçu dará início neste sábado, 06, ao Mutirão “Todos contra a Dengue”, nas regiões da cidade com maiores índices de infestação do mosquito: Jardim São Paulo, Portal da Foz, Morumbi e Três Lagoas. A ação acontece das 8h às 14 horas, mas em caso de chuva será transferida para segunda-feira, dia 08.
“O objetivo é poder integrar as forças das secretarias e a comunidade para que o combate ao mosquito seja realizado com mais precisão. Devemos unir forças para combater a proliferação do Aedes aegypti”, disse o prefeito Chico Brasileiro durante uma reunião no final da tarde de ontem, 04, com boa parte do secretariado e representantes do Comitê de Combate a Dengue. A reunião emergencial também definiu as ações de cada secretaria durante o mutirão.
Em cada bairro, um espaço vai funcionar como ponto de encontro para as equipes formadas por servidores, voluntários, agentes de saúde, de endemias e membros do Patronato e do Exército. “A intenção é de reunir em cada bairro equipes multisetoriais para visitar os moradores dessas áreas, entregando sacos de lixo, informando e auxiliando a população na coleta do lixo doméstico seco (não orgânico)”, explicou o secretário de Governo, Marcos Antônio Jahnke.
Os pontos de encontro foram distribuídos da seguinte forma: Jardim São Paulo (Escola Municipal Érico Veríssimo), Portal e Morumbi III (Escola Municipal Cora Coralina), e Três Lagoas (Escola João da Costa Viana).
MUTIRÃO
Durante o mutirão, serão feitas visitas às casas pelos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, fiscalização de posturas de terrenos ou residências com mato alto, recolhimento de materiais que servem como pequenos criadouros do mosquito e limpeza mecânica com ajuda de maquinário nós locais de bota fora.
“Numa primeira fase vamos vistoriar as residências, pois 80% dos focos do mosquito estão nos quintais das casas. Esse lixo comum, que acumula água, quando descartado de maneira errada nos quintais e terrenos baldios, se transforma em criadouro do mosquito. Em uma segunda etapa, vamos fazer o uso do maquinário e caminhões para limparmos os entulhos, fazer a limpeza de bocas de lobos e manilhas”, informou Jean Rios, coordenador do Comitê de Combate a Dengue. Outra ação a ser realizada, são as buscas ativas de pessoas com sintomas na região para encaminhamentos às respectivas unidades de saúde, orientação nas escolas e instalação de caçambas em locais pré-determinados.
NÚMEROS
O último LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para infestação por Aedes aegypti), fechado esta semana, apontou um índice de infestação predial (IIP) de 5,4%. Em algumas regiões chegando a 15,7%. Foi verificada a circulação dos vírus DEN-1, DEN-2 e DEN-4, e no mosquito segundo levantamentos anteriores; DEN-2, DEN-4, Zica e Chikungunya.
MEDIDAS
Além do mutirão, o Plano de Contingência para arboviroses recebe atenção redobrada com o alerta vermelho para a dengue. Estão em pleno desenvolvimento: a organização da rede assistencial para manejo clínico da dengue baseado na Classificação de Risco, com a participação efetiva das unidades de saúde com acolhimento e classificação de risco para dengue além de monitoramento dos casos notificados na Atenção Básica; elaboração de notas técnicas e análise do perfil epidemiológico com divulgação das informações para a rede pública e privada; intensificação da confirmação de casos por critério laboratorial; acompanhamento diário do comportamento da dengue e monitoramento dos casos graves e óbitos através de planilhas compartilhadas com os hospitais; capacitação dos servidores da rede pública e privada sobre Manejo Clínico da dengue (já realizado) e manter portas abertas do Hospital Municipal para pacientes que apresentarem sinais de alarme.
A fiscalização a imóveis e terrenos abandonados em parceria com a Defesa Civil e Secretaria da Fazenda realizado também foi intensificada. Até esta semana 109 imóveis foram notificados, outros 51 receberam notificação. A manutenção de quintais, terrenos e edificações está prevista na Lei Complementar n. 07/1991.
