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Biblioteca Pública está longe de ser prioridade da Fundação Cultural

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A Biblioteca Pública Elfrida Engel Nunes Rios completou 48 anos na sexta-feira (6) e não teve espécie alguma de comemoração à data. A justificativa da chefe de divisão, Maria Helena foi “nós somos subordinados à Fundação Cultural, esse tipo de atividade não depende da Biblioteca, tem que falar com o [Adilson] Pasini”.

De acordo com o diretor da Fundação Cultural, Adilson Pasini, a Biblioteca Pública é apenas uma divisão da Fundação, assim como a Divisão de Recursos Humanos, ou almoxarifado, por exemplo. “O que deve ser comemorado é o aniversário da Fundação, a Biblioteca é só uma divisão, não precisa de ações como essas”, afirma.
 

Foto: AMN
A Biblioteca comporta também os espaços destinados exclusivamente à literatura infantil e ao turismo

O Dramaturgo Luiz Henrique Dias, integrante do Plano Municipal do Livro, Leitura e Literatura afirmou “não há o que criticar porque não há nada”. Dias considera um absurdo a Biblioteca Pública ser considerada um apêndice da Fundação Cultural e não desenvolver ações de fomento à leitura e a literatura.

“Quando se fala em leitura, não é do dia pra noite, como construir um viaduto. É uma ação que leva anos, não é no período de um governo que vai ser resolvido o problema, é uma questão de formar leitores, fomentar a educação, a Biblioteca Pública tem que desenvolver um Política Pública de Leitura”.

Críticas – Dias criticou ainda o fato de a Biblioteca funcionar em horário comercial tradicional, citou o exemplo de Curitiba onde a biblioteca funciona até as 22h. Segundo ele, a biblioteca tem que se tornar um espaço público que funcione nos finais de semana, feriados, férias, para a população ter acesso livre à leitura em tempo integral. “Se a população sabe que existe ela ocupa, e assim começa a desenvolver o gosto pela leitura”.

O livreiro Claimar Granzotto acredita que a Biblioteca Pública tem o papel de servir à população mais carente e fomentar a leitura em regiões da cidade onde as pessoas têm menos acesso à cultura. “Isso é uma coisa que aconteceu durante todos os governos, não é de agora, a Biblioteca sempre foi centralizada. Eu acho que a Política do Livro deve beneficiar a população carente, por isso a biblioteca deveria ser desmembrada em várias bibliotecas nos bairros”.

Granzotto afirma que alguns bairros da cidade chegam a ter 60 mil habitantes e nenhum espaço público destinado à leitura. “Para uma criança ter acesso ao centro ela precisa, algumas vezes, gastar até quatro passagens, a biblioteca localizada nesta região da cidade está favorecendo em grande maioria as classes A e B apenas”.

Até o momento a Biblioteca Pública tem dois apêndices, como Granzotto sugere, um de 3 mil títulos na Vila C e outro de 4 mil no Centro de Convivência de Três Lagoas. De acordo com Maria Helena, a biblioteca central conta com 55 mil títulos, além de periódicos, Cd´s, DVD´s e fitas.

Atendimento –
atualmente a biblioteca tem mais de 8 mil leitores inscritos, aptos a emprestar livros, isto equivale a 4,17% da população iguaçuense. São feitos cerca de 3 mil empréstimos e 5 mil atendimentos de pesquisa por mês. Segundo Maria Elena, a biblioteca não tem orçamento algum, a única capitação de recursos são as multas de atrasos de livros, com este dinheiro são comprados de 10 a 12 livros por mês. 

 

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