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Miguel Hachen, o artista que busca a si próprio em cada obra

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Argentino, brasileiro, iguaçuense, índio, gaúcho, gringo, caipira, urbano. Todas essas palavras não definem quem é Miguel Hachen. O argentino que estudou Artes Plásticas na Associação Estímulo de Belas Artes e na Nova Escola de Artes Visuais, ambas em Buenos Aires.

Miguel passou a infância em um pequeno vilarejo distante da área urbana onde conviveu com índios e gaúchos. Com eles Miguel brincava, pescava, e absorveu os costumes guaranis, para mais tarde desenvolver sua própria linguagem artística, o Neo Guarani.

O forte vínculo de Miguel com os gaúchos o ensinou a ler em português. “Apesar deste sotaque arrastado eu sei ler e escrever em português muito bem, quando cheguei em Foz escrevi para a Gazetinha por algum tempo”. O artista ainda se arriscou como jornalista e professor logo que chegou a Foz do Iguaçu em meados da década de 1990.

Nascido em Missiones – Argentina, foi em Foz do Iguaçu que Miguel decidiu plantar raízes e buscar conhecimentos para desenvolver sua linguagem artística denominada Neo Guarani. “Essa terra vermelha, a mata, a paisagem são as mesmas do lugar onde eu cresci perto do rio Uruguai, lá também tinha uma característica bilíngüe, por isso me encontrei aqui”.

Miguelito, como também é conhecido, afirma que a Terra das Cataratas o encantou por muitos fatores, e em cada obra que começa, está na verdade buscando a si mesmo. “Eu tenho essa pinta de gringo, mas sou na verdade um homem do mato, eu busco me encontrar em cada um dos meus trabalhos, as mulheres que eu pinto tem muito de mim”.
 

Assita a vídeo entrevista com Miguel Hachen:

Dos índios Miguel herdou não só a iconografia guarani, que é muito rica, mas também os materiais que usa. Com a facilidade de uma criança brincando, ele trabalha com tintas, cerâmica, madeiras e outros materiais exclusivos desta região que dizem muito sobre a cultura e a história local.

Depois de anos observando as peculiaridades da região de fronteira, as palavras, os hábitos, a fusão das culturas, o encontro dos povos diariamente, Miguel desenvolveu o Neo Guarani. Neo é novo e Guarani Guerreiro. Talvez seja isso que defina Miguel, o novo guerreiros das artes, que sem medo de articulações políticas ou conchavos, luta diariamente por seu espaço e fortifica cada dia mais sua raiz.

Segundo Miguel, muito do cotidiano da fronteira é Neo Guarani, o ato de tomar mate – quente ou frio – a música, a forma mais tranquila de andar e falar são heranças tanto dos guaranis quanto dos europeus. Ele está em busca desta identidade. “Esta região é um arquipélago de culturas que se juntam, mas não formam um continente. Não somos guaranis e não somos europeus, somos neo guaranis”.

Na academia, Miguel estudou os grandes clássicos das artes plásticas, gosta de Van Gogh, de Picasso, dos Renascentistas, mas afirma que cada um deles só contribui para sua linguagem própria, nada serve como inspiração propriamente dita. “Tudo que eu vivi, as informações que assimilo me dão uma característica que me diferencia”.

Miguel mostra um pouco do seu trabalho em seu blog e também no Facebook.
 

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