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Aldeias Infantis faz campanha para manter escola de pais em Foz

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escola de pais

Na próxima segunda-feira, 13, a Aldeias Infantis SOS Brasil, de Foz do Iguaçu – entidade sem fins lucrativos e que trabalha com a proteção de direitos humanos de crianças e adolescentes – vai promover uma ação batizada de “Telefonaço”. Voluntários irão se reunir, às 19h, na sede da entidade (Rua João Rouver, 314, centro). Eles vão telefonar para conhecidos em busca de adesão à campanha de arrecadação para que seja mantido, na cidade, um projeto chamado Escola de Pais. “Atendemos atualmente 85 famílias que estão em situação de vulnerabilidade social e que estavam a ponto de perder a guarda dos filhos. Essas crianças iriam para abrigos. A Escola de Pais é a última chance de mudança e tem dado certo, porque, desde 2015, evitamos que 32 crianças e adolescentes fossem acolhidos em nossas casas-lares,” avalia o gestor da Aldeias Infantis, em Foz, Alex Thomazi.

“Escola de Pais” – projeto nascido em Foz do Iguaçu

Perto do horário marcado, mulheres (sim, quase sempre mulheres) e os filhos começam a chegar ao local combinado. Normalmente é uma sala num ponto de encontro do bairro: centros de convivência ou escolas públicas… Elas sentam em círculo e já começam a puxar assunto umas com as outras. As crianças maiores seguem para alguma atividade programada pela equipe da Aldeias Infantis. Não há mesas para favorecer anotações. Não é necessário. A troca de informações entre os profissionais e os pais, na verdade, tem que gerar reflexão e transformação interior.

escola de pais 2Quem conduz os encontros são psicólogas e assistentes sociais. Os temas variam e são escolhidos pelos participantes. “No encontro passado, eles me disseram que queriam falar do relacionamento entre pais e filhos”, explicou a psicóloga Andressa Trevisan, que conduzia o encontro na Escola Municipal João Adão da Silva, região de Três Lagoas.

As manifestações são espontâneas: “ontem, mandei meu filho comprar mistura. Aí, quando ele chegou eu disse: seu burro véio, não era pra você comprar esta carne, era outra carne, muleque!,” relatou uma das mães. A outra emendou: “eu sempre chamo meu filho de preguiçoso”. Os exemplos seguem. São muitos e rotineiros. Elas tinham que avaliar se esse tipo de comportamento fortalece ou dificulta a relação. Em seguida, veio o estímulo para que apontassem frases que pudessem substituir as que foram usadas.

De acordo com Rita Borges, coordenadora do projeto, “há métodos parecidos sendo usados no Brasil, mas nenhum deles reúne todas essas ações. Essa experiência realizada em Foz é pioneira”. Quatro regiões da cidade são atendidas: Três Lagoas, Portal da Foz, Cidade Nova e Porto Meira.

Sem dinheiro, projeto vai acabar

O problema é que a Escola de Pais é mantida com dinheiro do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que permite que projetos como esse sejam contemplados, no máximo, por dois anos consecutivos – o que já ocorreu. “Assim que a verba parar de vir, teremos que interromper as atividades nos bairros, porque não há como pagar a equipe de profissionais”, lamentou Rita. Por isso, a ideia foi promover uma campanha de arrecadação que começa com o “Telefonaço”, do dia 13, e segue por quatro semanas. “A campanha será feita, basicamente, pela internet. Alguém conta uma estória de família, em redes sociais, e desafia outra pessoa a contar”, explica o coordenador da campanha, Bruno Oliveira. “Quem não cumprir o desafio, tem que fazer a doação no sistema de crowfounding, uma espécie de vaquinha feita pela internet. Também é válido cumprir o desafio e doar mesmo assim. Essa brincadeira é o estímulo para a doação.” As informações sobre a campanha serão divulgadas na Fanpage da Aldeias (@AldeiasFoz). Haverá várias ações para relembrar os interessados em ajudar.

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