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Educadores de Foz do Iguaçu e Região estão em estado de greve

Em meio a incertezas sobre o início do ano letivo em função da iminência de greve da categoria, os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) estão percorrendo as escolas de Foz do Iguaçu e Região para debater, informar e conscientizar os servidores sobre os problemas enfrentados pela escola pública devido ao atual modelo de gestão.

Foto: Marcos Labanca
Com faixas na Avenida JK em Foz do Iguaçu, APP faz manifestação

Apenas nesta quinta-feira, 05, os representantes sindicais percorreram quase a totalidade das 27 escolas da rede estadual de Foz do Iguaçu. Nas conversas com os educadores, são apontadas as dificuldades vividas no dia a dia escolar. Os problemas mais comuns são a falta de profissionais em todas as áreas, superlotação das salas de aulas, extinção de turmas que provocam listas de esperas para a matrícula, precariedade da infraestrutura física, falta de merenda e sucateamento e dos laboratórios.

Em reunião ampliada do Conselho Regional, o Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu foi o primeiro entre as seções do sindicato em todo o Paraná a definir pela greve. Neste sábado, 07, em Guarapuava, a Assembleia Estadual poderá deflagrar a paralisação. Na avaliação dos educadores, o Governo do Estado está promovendo um desmonte na escola pública, com cortes de verbas, atrasos e faltas de pagamentos e ataques contra direitos históricos do funcionalismo.

“A greve do ano passado já indicava o descaso do Governador Beto Richa com a educação. Entretanto, desde o final do ano passado até agora, as medidas estão piorando severamente as condições de trabalho dos educadores e poderão comprometer o funcionamento das escolas e salas de aula”, informa Fabiano Severino, presidente da APP-Sindicato/Foz.

DEBATE – Durante toda a semana, o sindicato está realizando mobilizações, protestos e encontros. Agora, em estado de greve, os dirigentes sindicais visitam cada escola localizada nas nove cidades da região, construindo o movimento de paralisação.
 

Foto: Marcos Labanca
Sindicatou também atuou na cidade vizinha Medianeira

A professora Cleonir Telch, de Medianeira, coordenou uma reunião no município vizinho, em Medianeira, com a presença de cerca de 200 educadores, em encontro realizado no Colégio Nestor dos Santos, nesta quinta-feira, 05. Para a educadora, as medidas do governo não deixam alternativas senão a paralisação.

“O nosso movimento é irreversível. A categoria está unida e mobilizada para iniciar a greve, pois esta é a única forma de resistirmos ao caos instalado por este governo, que ameaça o direito à educação da população e as garantias dos educadores”, diz Cleo Telch, que também é Secretária de Gênero, Relações Étnico-raciais e direitos LGBT da APP-Sindicato/Foz.

NOTO ATAQUE – O episódio mais recente que opõe o Governo do Estado ao funcionalismo público do Paraná abrange um pacote de medidas que irão restringir direitos consolidados dos cerca de 200 mil servidores paranaenses, através de alterações no plano de carreiras da categoria e no Paraná Previdência.

O maior impacto dos projetos recairá sobre os trabalhadores em educação, que alcançam aproximadamente 100 mil profissionais em todo o Estado. Pela proposta do Governo do Estado, haverá alterações na aposentadoria, fim dos quinquênios, restrição no avanço da carreira tanto para professores como para funcionários de escolas, entre outros benefícios conquistados pelos servidores ao longo de seis décadas.

As mensagens legislativas números 01/2015 e 02/2015 foram enviadas para a análise dos deputados estudais. Na segunda-feira (09), a APP-Sindicato promove uma manifestação na Assembleia Legislativa para pressionar os parlamentares pela rejeição dos projetos.