Passava das 22hs de ontem quando a notícia de que o governo de Mário Abdo Benitez, através do Decreto nº 4.026, havia ordenado a abertura parcial e temporária dos postos de controle de imigração, que incluíam a Ponte da Amizade.
Nós, que não aguentamos mais esse fechamento de fronteiras estávamos preparando os fogos de artifício para celebrar a virada do ano quando, minutos depois, membros do governo vieram a público para dizer que “não era bem assim”.
Segundo fontes do executivo do Paraguai, o referido decreto de abertura tinha como intuito apenas liberar a entrada de estrangeiros para dar início a um projeto feito em parceria com o Uruguai, uma espécie de “voo bolha” que ligaria Montevidéu e Assunção e transportaria apenas passageiros em missão governamental, humanitária ou comercial.
O Diretor de Migração do Paraguai, Ángeles Arriola, explicou nesta quarta-feira pela manhã, durante entrevista à Rádio 1080 AM, que a reabertura da fronteira é apenas para os voos “bolha” entre o Paraguai e o Uruguai. Ele frisou que atualmente seria ilógico abrir a Ponte da Amizade porque o próprio governo brasileiro já anunciou que manterá a fronteira fechada, pelo menos até o próximo dia 26 de setembro.
“Nem todas as fronteiras estão habilitadas, para isso precisamos de um acordo com os outros países”
Arriola afirmou ainda que, apenas duas companhias aéreas podem operar os chamados “voos bolha”, e que o passageiro deve ter um teste COVID-19 negativo feito 72 horas antes do voo. O passageiro ficará isolado por sete dias em um hotel de saúde, as despesas serão por sua conta, e no sétimo dia poderá sair em caso de negativo para outro exame.
Caso o passageiro apresente resultado positivo para COVID-19, deverá cumprir os 14 dias de isolamento conforme estabelecido no protocolo. Os voos bolha serão autorizados para passageiros que apresentarem razões humanitárias, comerciais e de escala em viagem para outros países.
Em resumo, as fronteiras entre Brasil e Paraguai seguem fechadas por tempo indeterminado, e empresários e moradores da fronteira começam a perder a paciência e a esperança. A debandada de empresas e empresários, que mantinham negócios do lado paraguaio da fronteira, em direção ao lado brasileiro é iminente. Gigantes de Ciudad Del Este como a CellShop já anunciaram a vinda, para atuar no regime de loja franca, para Foz do Iguaçu e outras gigantes do Paraguai vem sinalizando que poderão tomar o mesmo caminho caso o Governo do Paraguai não apresente uma solução.