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A importância da atuação interdisciplinar no atendimento ao idoso

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Devido às alterações demográficas, diminuição da mortalidade e da natalidade, o que levou ao aumento no número de idosos, surge uma nova demanda, a atuação do profissional com os demais profissionais.

Esta mudança no perfil da população dá espaço ao surgimento da necessidade, por parte dos profissionais, de aprenderem mais do que os limites de sua própria formação, sem o objetivo específico de exercer novas atividades, mas com o propósito de interagir com maior conhecimento nas diferentes vertentes. E esta atitude é o que podemos chamar de interdisciplinaridade – conhecimento técnico que se difunde não apenas em direção ao paciente, mas também aos outros profissionais, com o intuito de incrementar o somatório de conhecimentos do grupo, ou seja, a interação dos profissionais com um objetivo comum, a melhora do paciente. O que é diferente da atuação do profissional em uma equipe multidisciplinar, onde a pessoa atua em um espaço com outros colegas, mas não existe um momento em que todos se juntam para discutir sobre o paciente; eles apenas dividem um mesmo espaço, sem trocar ideias e ter objetivos comuns a cerca do paciente.

A atuação deixa de ser centralizada em um ou poucos profissionais capazes de executar muitas tarefas e passa a ser dividida por aqueles que, por serem responsáveis especificamente por uma área do conhecimento e da assistência, têm condição de fazê-lo com maior competência e eficiência.

Nem por isso o paciente deve ser subdividido em um conjunto de órgãos e aparelhos, sinais e sintomas. Pelo contrário, cada vez mais o indivíduo necessita ser visto em toda sua integridade, não apenas física como psíquica e social.

Surge um aparente desafio: a descentralização integrada. Um sistema de integração que permite não apenas adequada comunicação, mas também um controle eficiente dos objetivos e estratégias adotados como prioridade.

Aliada à incomparável diversidade de aspectos inerentes ao processo natural de envelhecimento, as inúmeras doenças crônicas que usualmente acometem o idoso e os fenômenos psíquicos e sociais que freqüentemente se associam como causas e/ou conseqüências, seria utópico pensar que um ou poucos profissionais, por melhor qualificados que fossem, poderiam se responsabilizar globalmente pela grande heterogeneidade de cada caso.

Maior desafio: propiciar que múltiplas áreas do saber, com diferentes propostas de trabalho e diversas formas de atuação, possam agir conjuntamente sem que se instale obrigatoriamente um esquema hierárquico, mas que, por outro lado, as ações sejam planejadas e executadas segundo um código de ética e de organização comum a todos os integrantes. Todas estas características do atendimento interdisciplinar refletem a magnitude de uma complexa inter-relação profissional, ainda em fase de desenvolvimento.

Segundo Jayme Salomão (1976), “a interdisciplinaridade deve incorporar os resultados das diversas disciplinas, tomar de empréstimo os esquemas de análise, submeter à comparação e ao julgamento e, enfim, integrá-los”.

Preceitos fundamentais para o bom desempenho do profissional dentro da equipe:
1 – Fragmentação do saber: cada profissional deve ser especialista e se aperfeiçoar para ser cada vez melhor na sua área;
2 – Permeabilidade ao conhecimento: o profissional deve estar aberto a novos conhecimentos e compartilhar com os demais colegas os conhecimentos. É muito comum observarmos profissionais que não compartilham seus conhecimentos com os demais, por insegurança de que um dia possam ocupar o seu lugar. Mas, o mercado exige profissionais que saibam trabalhar em equipe e esta atitude insegura não tem mais espaço, está cada vez mais em extinção;
3 – Atitude interdisciplinar: ter a habilidade para interagir em grupo;
Para ser um bom profissional no atendimento interdisciplinar, não basta ser um bom profissional individualmente. Há que se estar disposto à troca, tanto do ponto de vista formativo como informativo.

E para citar alguns exemplos bem sucedidos de equipes interdisciplinares na atuação com o idoso temos: o GAMIA (Grupo de Assistência Multidisciplinar ao Idoso) e PROVIDI (Programa de Visita Domiciliar do Idoso). Ambos fazem parte do serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que existem há muitos anos e estão obtendo resultados muito positivos. Os dois programas oferecem atendimento aos idosos da cidade de São Paulo com excelente qualidade e com a atuação interdisciplinar, com reuniões periódicas para discussão dos casos e orientação dos familiares e cuidadores para melhor acompanhar seus idosos.

Nota: Mais informações no blog. Você também pode enviar dúvidas e sugestão de assuntos para as próximas colunas pelo e-mail cristinaribeiroft@gmail.com.

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