Os bailarinos do Teatro Bolshoi, de Joinville, Santa Catarina, voltam ao palco do Cineteatro Barrageiro, da Itaipu Binacional, para mais dois espetáculos: a matinê, às 16h e às 20h, encerrando a série de sessões iniciada na sexta-feira, 15, em comemoração aos 41 anos de criação da usina neste 17 de maio.
Em maio, Itaipu comemora duas datas importantes. A primeira é no dia 5, quando a usina completou 31 anos de geração de energia. Neste domingo, 17, Itaipu chega aos 41 anos de criação da empresa como líder mundial em geração acumulada de energia limpa e renovável, com mais de 2,2 bilhões produzidos desde 1984.
“Essa programação é um presente às pessoas que ajudaram a construir a usina e também aos iguaçuenses e moradores da região, pessoas que fazem parte da nossa história”, disse o superintendente de Comunicação Social da Itaipu, Gilmar Piolla, na abertura da programação do Bolshoi na Itaipu, na sexta-feira, 15.
Piolla explicou que a escolha do Bolshoi para a programação especial de aniversário da usina não foi por acaso. A empresa estuda uma parceria com a escola para uma coreografia baseada na Lenda das Cataratas. A expectativa é que Bolshoi volte para outras novas apresentações na cidade. O primeiro espetáculo do corpo de balé da escola de Joinville encantou empregados da Itaipu, brasileiros e paraguaios, do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), bailarinos e a comunidade em geral. Para receber o Bolshoi, o Cineteatro dos Barrageiros, passou por algumas adaptações e em breve será reformado. “Este espaço passará por uma grande transformação. Será um verdadeiro teatro”, anunciou ainda Piolla.
Na época da construção da usina, o cineteatro era um espaço destinado para o entretenimento dos milhares de operários que trabalhavam na obra. Segundo a coordenadora do Bolshoi, Silvana Albuquerque, que já levou a companhia para várias partes do Brasil e do mundo, “dançar aqui na Itaipu tem um significado simbólico. Estamos devolvendo um pouco da energia gerada por essa incrível usina por meio da nossa arte”.
Em dois atos – O espetáculo é dividido em duas partes e reúne 14 bailarinos. No primeiro ato, o “Gala Bolshoi”, os bailarinos apresentaram 10 coreografias, mesclando leveza e força em danças contemporâneas, folclóricas e trechos de balé.
No segundo ato, “Jurei por anos um dia te encontrar”, os bailarinos dançaram fases do amor ao ritmo de músicas de compositores brasileiros, como Cartola, Otto e Vinicius de Moraes. “Os relacionamentos, sobretudo o amor, são divididos em vários momentos. Procuramos contar um pouquinho deles, através da dança”, explicou a professora Maria Antonieta Spadari.
Emoção do público – A cada coreografia, o público aplaudia em pé e era só elogios. Daudrio Sandri Spielmann, que trabalha no PTI, levou a mulher, Gleonice, e a filha Melany, de dois anos. “O espetáculo é lindo, contagiante, muito bem produzido”. E acrescentou: “essa parceria entre Itaipu e Bolshoi será muito bem-vinda. Foz é carente de apresentações deste nível”.
A estagiária Carolina Perin levou a mãe, Rosângela, e o irmão Kauã. Todos ficaram encantados. “Superou toda a nossa expectativa. A dança, o figurino e a música estavam perfeitos”.
Apaixonado por dança, o estudante João Pedro Merling já conhecia a história da escola, mas não tinha tido a oportunidade de assistir a nenhum de seus espetáculos. “Eles colocam o sentimento na dança. É muito expressiva. Com isso, envolve todo o público”.
Acompanhado da mulher, Carmem Oliveira, o professor e sociólogo Afonso de Oliveira resumiu: “Este espetáculo dá um show pelo trabalho educativo e sociocultural”.
Bolshoi – A escola brasileira, que funciona em Joinville (SC) desde 2000, é a única fora da Rússia. Já a Bolshoi, fundada em 1776, em Moscou, é uma das mais importantes companhias de balé e ópera do mundo.
O Bolshoi de Joinville tem 305 alunos na companhia e oferece desde o básico até o técnico em dança clássica e contemporânea. O corpo de dança reúne bailarinos de 20 estados brasileiros e da Argentina, Paraguai, Colômbia e até da Holanda.
Com professores russos e brasileiros, a instituição prepara bailarinos com a mesma precisão técnica e qualidade artística exigidas dos profissionais formados na Rússia. O grupo de professores da escola, na parte de dança e preparação física, é formado por três russos, um ucraniano e dez brasileiros.
Na parte de formação musical, a Escola conta com onze pianistas. Cerca de 90% dos alunos ganham bolsa integral para fazer o curso, que tem duração de dois anos.