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As calçadas, a falta de planejamento e o respeito ao pedestre

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Confesso que quando anunciaram o projeto de adaptação das calçadas de Foz, há alguns anos, me senti orgulhoso por morar em uma cidade onde o respeito ao pedestre e ao portador de necessidades especiais é política pública.

Hoje, no entanto, anos depois, frustrado ao extremo, vejo a cidade com cara de mal planejada e o que era para ser um exemplo virou uma obrigação aos proprietários que, sem a devida fiscalização e orientação, executam suas calçadas de qualquer jeito e sem a devida conexão com os vizinhos. Muitos, por exemplo, nem sabem para que serve a faixa tátil.

Para exemplificar, na foto abaixo, a calçada foi executada sem levar em consideração a faixa tátil, que serve, dentre outros fins, aos deficientes visuais. Observe que o telefone público está no caminho.

 

 

Creio que o telefone tenha chegado antes da calçada ser construída. Isso mostra a falta de conhecimento do dono do imóvel (ou de quem executou a obra) e, principalmente, de fiscalização por parte do poder público.

Nesta outra foto, você pode observar uma calçada muito bem executada, com o devido desvio do telefone público. Mas, neste caso, errado é o proprietário da lanchonete, que coloca as mesas sobre a faixa. Isso, inclusive, é uma cena comum por toda a cidade.

Outra cena comum é a faixa “sumir” ao passar pelas tampas da Sanepar, como podemos ver na foto abaixo.

 

 

Andando pelas novas calçadas do Centro de Foz, nesta terça-feira, pude perceber que há também boas calçadas, em muitos pontos, bem planejadas e executadas. Mas geralmente a qualidade termina na divisa com o imóvel vizinho e a conexão entre as calçadas. Na grande maioria dos casos, não é respeitada, criando uma sensação de “bonitinha, mas ordinária”, pois, apesar da incontestável boa aparência, não servem para seu fim: dar acessibilidade a quem mais precisa.

Sempre defendi, desde que vi começarem as primeiras obras por particulares, que a prefeitura deveria executar as obras e parcelar no IPTU, ao invés de obrigar as pessoas a fazerem. Isso seria interessante por três motivos: 1 – poderíamos setorizar a cidade para adaptar as calçadas; 2 – o volume construído seria maior e, consequentemente, o custo por metro quadrado seria menor e; 3 – garantiríamos a padronização. Vide a Avenida Paulista, em São Paulo, padronizada por completo, com faixa tátil contínua e uniforme.

Ter boas calçadas é bom para toda a cidade, deixa-a mais organizada. É bom para o pedestre, que se sente contemplado pela política urbana. É bom para o portador de necessidade especial, que sente seu direito de mobilidade respeitado. É bom para todos, pois, assim, teremos uma Foz do Iguaçu mais acessível e, principalmente, mais humana.

 


 

* Luiz Henrique Dias é escritor e passa o dia fotografando calçadas e postando no Facebook. Procure ele lá, adicione e, se quiser, siga ele no Twitter: @LuizHDias

  

  A opinião emitida nesta coluna não representa necessariamente o posicionamento deste veículo de comunicação 

 

 

 

 

 

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