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Brasileiro identificado pelas câmeras durante mega assalto em Ciudad Del Este é preso no Paraguai

Brasileiro conhecido pelo apelido “Gordinho”, se identificava como “gerente” da loja de camisas esportivas que serviu de fachada para esconder o túnel.
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Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD) que atuam na região de Capitán Bado, no Departamento de Amambay, capturaram na manhã de quinta-feira (15) um dos suspeitos do mega assalto ao cofre da Associação dos Trabalhadores em Câmbio (ATC) de Ciudad Del Este, ocorrido entre os dias 4 e 5 de fevereiro. Ele foi detido em uma reserva legal mantida pela empresa Chaco’i, nessa localidade, por acaso, enquanto os agentes buscavam outro homem envolvido na morte de um policial.

O detido é Fábio Dornaldo de Moraes Schultz, conhecido como “Gordinho”, de 42 anos, que até então era apontado pela Polícia Nacional do Paraguai como o suposto líder da quadrilha responsável pelo roubo cinematográfico de milhões de dólares do cofre dos cambistas, utilizando um túnel com mais de 150 metros, cavado ao longo de um ano sob os olhos das autoridades.

No entanto, pela maneira como foi capturado, e pela forma precária como tentava se esconder, “Gordinho” aparenta ser apenas mais um membro “descartável” da quadrilha. Gordinho foi pego em um acampamento precário, montado em uma reserva legal de floresta, mantida pela empresa Chaco’i.

Gordinho é um dos assaltantes que aparecem nos vídeos registrados pelo sistema de segurança do Banco Nacional de Fomento do Paraguai (BNF) carregando as caixas retiradas da loja de fachada, que havia sido montada um ano antes e que escondia o túnel que dava acesso direto ao cofre da Associação de Câmbio.

15 identificados e 2 detidos

Com a prisão de Fábio Dornaldo de Moraes Schultz, conhecido como “Gordinho”, os investigadores já prenderam dois suspeitos relacionados ao caso. Na última terça-feira, no km 12 de Acaray, em Ciudad Del Este, foi detido o paraguaio Ramón Ferreira Vera, de 20 anos, que transportou uma caminhonete Toyota Hilux para a área de fuga dos ladrões e também é acusado de incendiar, na cidade de Minga Guazú, uma van Citroën usada para transportar o dinheiro.

Os investigadores identificaram 15 pessoas, entre brasileiros e paraguaios, que teriam participado do “assalto do século” em Ciudad Del Este. A polícia acredita que o roubo foi planejado e executado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que teria passado um ano escavando o túnel de mais de 150 metros de extensão e 70 centímetros de diâmetro que permitiu o acesso ao cofre. O valor total roubado ainda não foi confirmado.

Investigadores afirmam que a maioria dos doleiros trabalha de forma clandestina e, por isso, apenas dois registraram denúncia na polícia informando a quantia que lhes foi roubada. Os cambistas trocam principalmente dólares, reais e guaranis, e havia a suspeita de que movimentavam dinheiro vindo do contrabando e do tráfico de drogas.

Atuação do PCC no Paraguai não é nova

Em 2017, um outro assalto, descrito como cinematográfico, deixou os moradores de Ciudad del Este perplexos. Um grupo de cerca de 50 homens, armados com fuzis, metralhadoras e granadas, explodiu a sede da transportadora de valores Prosegur. Até hoje, o valor total roubado não foi divulgado; a transportadora menciona U$8 milhões, enquanto a mídia afirma que foram mais de U$40 milhões. Durante a fuga, incendiaram 15 veículos para despistar a polícia. Um agente foi morto e os explosivos danificaram casas próximas e uma concessionária de carros.

Naquela época, a Polícia Nacional do Paraguai também suspeitou que o mega-assalto teria sido executado pelo PCC, tanto pelo modus operandi quanto pelo contexto do submundo do crime no país naquele momento. A facção criminosa brasileira já estava em processo de expansão no Paraguai.

Em junho de 2016, em outra ação ousada, a organização criminosa matou o traficante Jorge Rafaat Toumani. Anteriormente considerado o “rei da fronteira” com o Brasil, Toumani controlava o tráfico de drogas na divisa entre Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, e a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Sua morte abriu caminho para que a organização paulista dominasse a já estabelecida rota do narcotráfico no corredor Bolívia-Peru-Paraguai em direção ao Brasil.

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