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Carga tributária e taxas de cartão de crédito elevadas podem levar 50% dos restaurantes a fechar em 2 anos

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Os empresários do setor de alimentação fora do lar alertam que o peso da carga tributária e as elevadas tarifas cobradas pelas empresas de cartão de crédito podem levar cerca de 50% dos restaurantes do país a fechar as portas em até dois anos. O assunto, que será discutido durante o Encontro Nacional da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) de 15 a 17 de junho em Foz do Iguaçu, causa impacto direto sobre a economia e a geração de empregos.

O setor de bares e restaurantes, que movimentou R$ 62 bilhões em 2009 segundo dados da própria Abrasel, é responsável pela geração de seis milhões de empregos no país, inserindo no mercado de trabalho pessoas com baixa escolaridade e sem experiência, que teriam dificuldade em qualquer outro setor da economia. “Hoje, empregamos pessoas em busca do primeiro emprego que, sem a oportunidade dada pelos restaurantes, iriam para a marginalidade e, pela importância social do nosso negócios, precisamos de maior atenção”, avalia o presidente da Abrasel-PR, Marcelo Woellner Pereira.

Um dos entraves para manter o negócio reside na alta taxação imposta pelas empresas de cartão de crédito, hoje sob o controle de apenas duas empresas. Se há dez anos ninguém utilizava o cartão de crédito, atualmente esse é o dinheiro corrente para pagar contas, de panificadoras a restaurantes de alta gastronomia. “Há dez anos, o cartão de crédito representava 5% do faturamento. Hoje, em alguns casos, chega a 95%, enquanto a taxa de administração continuou a mesma, girando em torno de 3,5% sobre o faturamento. Por aí já pode se ter uma ideia do desequilíbrio. A estabilidade econômica favoreceu a disseminação do dinheiro de plástico, enquanto as empresas não mudaram suas taxas. Isso explica a lucratividade dos bancos ligados a essas bandeiras, enquanto o nosso segmento, que emprega 12 vezes mais do que o sistema bancário, fica à míngua”, alerta.

Taxas de luz, água e lixo quadriplicaram – Além das tarifas dos cartões de crédito, o setor também sofre o impacto das tarifas públicas, como as taxas de água, luz e lixo, que nos últimos dez anos quadruplicaram os gastos para os restaurantes. Isso sem mencionar os custos sociais para empregar mão-de-obra, cujo investimento de treinamento recai sobre as empresas.

Correndo o risco de se tornar a comida mais cara do mundo, os empresários ainda sofrem todo tipo de empecilhos à atividade, da lei seca à lei antifumo, passando pela proposta de aumento da gorjeta para 20%, projeto de lei do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e que foi encaminhado para a Câmara. “O projeto criará uma referência de valor para a gorjeta, que é opcional e por isso sem aplicabilidade, trazendo desconforto para o empresário e gerando um constrangimento desnecessário”, avalia o presidente executivo da Abrasel Nacional, Paulo Solmucci Júnior.

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