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Culinária peruana encerra módulo do curso Cozinhas do Mundo

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Depois de 24 horas de aulas práticas, mescladas com um pouco de teoria, terminou no sábado, 16, o primeiro módulo do curso Cozinhas do Mundo, que teve foco na culinária do Peru. O curso foi ministrado pelo chef Fernando Ore, da filial peruana da escola de gastronomia Le Cordon Bleu, no Centro de Capacitação do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de Foz do Iguaçu (Sindhotéis). O próximo módulo, de 11 a 13 de agosto, será o de cozinha francesa, com o chef suíço Jean-Marc Mathez.

Limitado a 18 alunos, Cozinhas do Mundo recebeu não apenas cozinheiros profissionais, em busca de mais conhecimentos, mas também amadores, que querem se aperfeiçoar na arte da culinária. Alguns, futuros empreendedores, com interesse na alta culinária, mercado que permanece em evidência no mundo inteiro.

Entre os primeiros, está o chef Augusto Carvalho, do Hotel Bourbon de Foz do Iguaçu, que considerou o primeiro módulo uma “experiência única, que vai agregar valor ao nosso trabalho”. Quanto ao chef Fernando Ore, ele avaliou simplesmente como “fantástico”.

Dos alunos inscritos, seis são iguaçuenses, três argentinos, um paraguaio (de Assunção) e os demais de municípios paranaenses e paulistas. Depois de iniciadas as aulas, o Centro de Capacitação foi procurado por mais pessoas interessadas em participar, ao descobrirem que o curso tinha a chancela da renomada escola francesa Le Cordon Bleu, responsável por colocar a culinária do Peru entre as mais importantes do mundo.

A aluna mais nova, de apenas 18 anos, é Michelle Lu. Ela é de Foz e está cursando Gastronomia na PUC de Curitiba. Michelle diz que seu sonho é abrir uma franquia de confeitarias, que procurará “expandir mundialmente”. A ideia é juntar as técnicas orientais e ocidentais, mas com foco especial no atendimento a diabéticos e cilíacos.

Enquanto isso não acontece, ela quer se especializar o máximo possível. Com a participação no curso da Le Cordon Bleu em Foz do Iguaçu, Michelle acredita que terá mais chances de se candidatar a uma bolsa da matriz, na França, que seleciona anualmente dez pessoas de todo o mundo para o curso em Paris.

Joseph Hsu, de 23 anos, também de Foz do Iguaçu, acredita que “veio de Deus” a oportunidade de fazer o curso Culinárias do Mundo. Descendente de taiwaneses, ele conta que desde os 13 anos sonhava em fazer um curso da Le Cordon Bleu. Pretendia, inclusive, ir a Taiwan, onde há uma filial da escola. Mas, pelo jornal interno da Itaipu Binacional, onde ele faz estágio, ficou sabendo do curso em Foz do Iguaçu e correu a se inscrever.

Hsu, que cursa Administração, quer empreender na área da alta gastronomia. Seu sonho é abrir uma cozinha que faça o pré-preparo de pratos, que seriam depois entregues a restaurantes, onde seriam finalizados. Com isso, esses restaurantes teriam condições de fornecer pratos da slow food (literalmente, cozinha lenta, mas que significa na verdade a culinária tradicional), em ritmo de fast food. “Este curso vai me ajudar futuramente”, afirma, lembrando a importância não só do que aprendeu na aula, mas também no contato com seus colegas de turma.

Adaptações – Ao longo dos três dias de aulas, os alunos aprenderam um total de 18 receitas típicas peruanas. Primeiro, preparadas pelo chef Fernando Ore, com pinceladas de história sobre a origem de cada prato; depois, eles próprios fizeram os pratos. E aprenderam com o chef uma lição fundamental: se não existem os ingredientes originais de uma receita, é preciso improvisar, adaptar e criar.

Fernando Ore conta que, para desenvolver as receitas peruanas, “não trouxe nada de Lima” (a capital). Foi preciso substituir ingredientes. Deu como exemplo um tipo de pimenta, só encontrado por lá, trocado aqui por uma brasileira. Ou a adaptação que sofreu a batata cozida. Lá, a batata é “arenosa”, úmida por dentro. Para chegar perto da original, ele cozinhou as batatas e deixou para secarem, alterando o sabor.

Mais importante que aprender uma receita, ensina Fernando Ore, é “aprender a técnica de cozinhar”. Com a técnica, ele diz que é possível fazer uma receita a partir de ingredientes que se encontra em qualquer região. Ele elogia os alunos e considera que eles absorveram bem o que procurou passar nesses três dias de aulas.  

Sobre a riqueza da cozinha peruana, hoje uma das queridinhas do mundo gastronômico, ele conta que é resultado também de adaptações ao longo dos anos. A começar pela própria cozinha dos incas, povo que dominava a região antes da chegada dos europeus. O Peru, diz, é produto de “sete mestiçagens”: depois dos índios, tem a influência dos espanhóis, dos árabes, dos africanos, de italianos, franceses, chineses e japoneses. Cada um desses povos contribuiu para enriquecer a cultura local, o que se refletiu também na gastronomia.

O curso – O curso Cozinhas do Mundo terá um total de 140 horas. Depois das cozinhas peruana e francesa, chefs da Le Cordon Bleu vão ensinar ainda as técnicas da cozinha italiana, mediterrânea e asiática. Serão sempre 18 receitas de cada cozinha. Além disso, os alunos vão aprender normas nacionais e internacionais de manipulação de alimentos, para se adequar às exigências de qualidade do mercado mundial.

O Centro de Capacitação do Sindhotéis, inaugurado em junho, conta com uma cozinha equipada com o que há de mais moderno, onde 18 alunos podem ser atendidos simultaneamente. A vinda da Le Cordon Bleu a Foz do Iguaçu é resultado da parceria do Sindhotéis com a Uniamérica, responsável pela gestão pedagógica do espaço.

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