“Não podemos deixar que isso ocorra à margem do parlamento estadual, não podemos deixar que negociações ocorram sem que o parlamento esteja acompanhando porque é um assunto de interesse de toda a sociedade”, afirmou.
Comparativo – A comparação leva em conta os contratos assinados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde serão cobrados R$ 2,63/100 Km e R$ 4,38/100 Km, respectivamente.
“Em Mato Grosso, a cobrança do pedágio ocorrerá somente depois de 10% das duplicações serem concluídas, o que está previsto para daqui a cinco anos”, destacou. “Até o final deste ano, a concessionária entregará 73 km de duplicações, conforme contrato assinado há apenas um ano”, completou.
Assinados em 1997, os contratos do Paraná previam duplicações em todo o Anel de Integração até 2004. Mas, em 2000 e 2002, aditivos contratuais adiaram ou cancelaram esses investimentos, reprogramando-os para 2022.
“Além de pagarmos o pedágio mais caro do país, apenas uma pequena parcela das obras de duplicação foram realizadas”, criticou Chico Brasileiro. “Os usuários estão pagando por um serviço que não está sendo oferecido”, explicou.
Em Mato Grosso do Sul, somente em dois trechos haverá duplicação de 806 Km da BR-163, com investimentos de R$ 6 bilhões durante 30 anos. Embora os contratos no Paraná estejam previstos para expirar em 2022, o governo pretende a sua prorrogação.
“Este não é um momento de simplesmente falarmos em renovação porque este pode ser um grande golpe na nossa economia”, defendeu Brasileiro. Segundo o levantamento da OCEPAR, a média ponderada paga por veículos pequenos no Paraná é de R$ 11,05/100 Km, enquanto no Sistema Dutra, em São Paulo, é de R$ 4,58/100 Km. Mesmo que fosse reduzido em 30%, os preços no Paraná teriam média de R$ 7,73/100 Km.
Impacto na economia – A OCEPAR informou ainda que o pedágio possui um impacto de 36,67% no custo do transporte da produção de Foz do Iguaçu até Paranaguá, pagando R$ 750,40 na hipótese de um caminhão de cinco eixos. Numa distância menor, entre Ponta Grossa e Paranaguá, o impacto é de 25,9%, pagando R$ 231,20 em pedágios.
A cobrança do pedágio representa ainda impacto de 7,9% no custo de produção do milho e de 2,9% no da soja, se considerado o transporte desses produtos de Foz a Paranaguá. O faturamento das concessionárias no Paraná em 2014 foi de R$ 1,84 bilhão.