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Do meu amor pela leitura: assim nasceu a Coolturarte!

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Lembro até hoje do primeiro livro que li, era da série Vaga-Lume e se chamava “Na Barreira do Inferno”. Eu tinha 8 anos e cursava a terceira série. O prazo de leitura era curto, uma semana. Levando em conta que estudávamos a tarde, brincávamos de manhã e a noitinha, me restava os horários antes de dormir para ler. Foi o primeiro e foi inesquecível.

A leitura a partir daquela semana se tornou par em minha vida. Era como se eu tivesse descoberto um mundo onde pudesse desaguar todas as minhas ânsias e ilusões. Me perdia horas com personagens que com o tempo se tornaram meus melhores amigos. Ao contrário do que parece, tive muitos amigos de carne e osso, por assim dizer, ao longo desses anos escolares. Mas nenhum me fez viajar para Noruega igual Sofia, ou para os bailes animados da virada do século como Aurélia, aliás, só entendi a ditadura Chilena, através do olhar límpido de Clara em ” A Casa dos Espíritos”.

Com o passar dos anos e com o gosto mais aguçado e refinado, passei a pular entre livros de filósofos, sociólogos e consequentemente a ter problemas com os professores. Questionar sempre foi uma de minhas maiores agruras. Aceitar as coisas como elas são, outro de meus grandes dissabores. Sempre tive a solução para todo problema, ou sempre achei que tivesse. Tudo era fácil, eu dizia, bastava querer resolver.

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Ao decorrer do tempo, aprendi que algumas coisas não eram para ser resolvidas e tantas outras nunca chegariam a sair de um plano ideal. Com os anos me dei conta que o mundo de soluções que havia criado, em quase nada poderia se encaixar no dia a dia das pessoas, não totalmente pela falta de funcionalidade, mas pelo exagero humano em se deixar estar.

Por isso, ao entrar para o mercado publicitário de Foz do Iguaçu, acabei encontrando grandes dificuldades. Iniciei como Social Media da página oficial da prefeitura de Foz e enfrentei a burocracia plena daqueles que não querem informar, não por omissão, mas por descaso ou preguiça. Questionei-os com inúmeras perguntas e ouvi respostas secas e evasivas.

Dois anos depois dessa experiência, tenho o dissabor de presenciar o cancelamento da Feira Internacional do Livro, pelo motivo que mais me entristece, falta de dinheiro por parte da Fundação e a meu ver, falta de vontade por parte daqueles que se beneficiam com a feira. Afinal, deixar uma comunidade inteira sem a única data em que se celebra a cultura nessa cidade é de uma atrocidade sem tamanho.

Sou dessas que acredita que algumas situações e assuntos, não devam estar somente sob as mãos e controle público. Ainda mais, em um tempo que economicamente falando, a política de nossa cidade fez mais mal do que bem. Por isso, ver a nossa inércia diante de uma situação como essa, me fez pensar em soluções viáveis para a Feira voltar a acontecer.

Perguntei ao Rafael Ramires, uma das pessoas mais fantásticas que conheço, “imagina se fizéssemos a feira? Sabe? Se cada um levasse o que fosse preciso e fizéssemos um evento por conta própria”. Ele não só imaginou, como me incentivou a criar o evento e pulou de alegria comigo a cada pessoa confirmada e a cada comentário de adesão. TUDO ISSO durou 1h. Tempo suficiente para os responsáveis de marketing do Cataratas JL Shopping entrarem em contato.

De lá para cá, a nossa modesta edição da Feira do Livro, virou uma miscelânea cultural, repleta de apresentações, workshops, dança, troca de conhecimento, livros e música. É um evento COOL, que apresentará a cultura e a arte em suas mais diversas formas. E o mais importante, será totalmente gratuito, feito por empresas parceiras que ofereceram seus serviços ao custo de ver Foz ter um evento para chamar de seu.

Sem patrocínio público, visa mostrar aos moradores de nossa cidade, que é possível sim mudarmos as coisas. Basta querermos, basta criarmos uma onda do bem, com pessoas positivamente posicionadas em prol de todos.

Secretamente é a realização do sonho de uma garota que descobriu que toda a solidão do mundo, pode ser preenchida por moinhos de vento e risadas argentinas. Já dizia Machado, aos vencedores as batatas, mas cá para nós, aos moradores de Foz toda a arte do bem, que consiga unir e fazer essa cidade voltar a sorrir. Vocês merecem!

Meus sinceros agradecimentos ao Rafael, Cleverson, Julianne, Eliane, Fernando, Garon, Leca, Lauane, Amanda, Aline e Tiffany. Se vocês não tivessem acreditado e incentivado essa proposta, teria sido apenas mais uma ideia saltando do trampolim. São vocês os verdadeiros responsáveis por isso tudo.

Bruna Paz trabalha com comunicação social em Foz do Iguaçu.

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