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Empreendedores de Foz do Iguaçu tentam se adaptar a quarentena

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Foto: Divulgação

Desde a última sexta-feira, 20, shoppings e comércios em geral de Foz do Iguaçu, respeitando o decreto municipal nº 27.980, por causa da pandemia mundial da Covid-19, fecharam as portas. Na cidade, apenas restaurantes, farmácias, lotéricas e serviços essenciais estão sendo mantidos.

Durante este período de quarentena e isolamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde, os comerciantes estão se virando para não fechar as portas.

É o caso do empresário Thiago Garcia, proprietário de uma pizzaria na região da Vila A, que aproveitou a crise para reforçar o atendimento do delivery. “Estamos tomando todas as medidas necessárias para funcionarmos. Desde a higienização dos materiais e produtos até os cuidados com o bem-estar dos funcionários durante este período, principalmente com os entregadores, que estão na linha de frente do processo”, explica o comerciante. “Também optamos por alterar o horário de atendimento, que agora é das 18h às 22h30, para segurança de todos”, completa.

Thiago Garcia, reforça o delivery para manter o empreendimento aberto. Foto: Lauane de Melo/Clickfoz

Empresas no centro da cidade também optaram pelas entregas para se manter durante esta crise. Uma das confeitarias mais tradicionais de Foz restringiu o atendimento in loco e aposta no delivery para manter o negócio durante a quarentena. “Desde o dia 19 de março intensificamos o sistema de entregas para atender os nossos clientes. Criamos uma tabelinha de produtos essenciais, como pão de queijo, sobremesas, sanduíches, pães e bolos caseiros, que são produtos que nossos clientes costumam comprar no dia-a-dia e isso tem facilitado para eles na hora de realizar o pedido. Também estamos trabalhando com delivery de marmitas, com duas opções por dia, além do acompanhamento de uma salada. Demos férias para a maioria dos funcionários e estamos trabalhando apenas com um 1/5 do quadro”, explica a sócia proprietária Maria Victoria.

Foto: Divulgação

Eloá Sandra Araujo também encontrou um refugo no atendimento delivery. Antes da crise, ela atendia apenas os conhecidos mais próximos para retirar pedidos no balcão, além de um fornecedor no Paraguai, que revendia os produtos para os estudantes de medicina de Cidade do Leste. “Com a dificuldade dos clientes saírem de suas casas, estou divulgando nos condomínios para que façam pedidos juntos, assim consigo agilizar e otimizar a entrega. Com isso, estou ajudando as pessoas que não conseguem sair de casa e eles também me ajudam, já que com o fechamento da fronteira com o Paraguai não consigo fornecer para eles”, diz.

Foto: Divulgação

Um dos setores mais afetados em Foz do Iguaçu pela crise é o turismo. Este é responsável por grande parte dos empregos da cidade. Mas, uma empresa do setor tem dado exemplo no gerenciamento desta crise, atuando de forma clara e responsável com seus convidados. Sem poder receber turistas por tempo indeterminado na região, a Loumar Turismo optou por realizar uma campanha online para que os clientes adiem o sonho de conhecer a cidade, mas não cancelem a viagem: “Respire, Remarque, Reconsidere, Reagende. Não Cancele”. “Os gerentes e gestores de cada área estão estudando e dando reports diários sobre a crise para que adotem medidas assim que a situação normalizar. Neste momento, a maioria dos trabalhadores estão de férias, para que respeitem as medidas de quarentena. Outros, trabalham em sistema home office, em ações como esta do reagendamento e humanização dos nossos convidados. Assim que tudo estiver normalizado, estaremos aqui para recepcioná-los, esperamos que o mais breve possível”, diz o gerente de comunicação do grupo, Garon Piceli.

Trabalhadores autônomos também estão sofrendo com a crise. É o caso da confeiteira Jennefer Sales, que faz bolos caseiros para ganhar a vida. Desde que iniciou a quarentena na cidade, sua produção caiu 80%, mesmo utilizando o sistema de entregas. “Só conseguirei trabalhar até hoje. Tenho apenas 8 embalagens para os bolos e não poderei repor, porque nos poucos comércios que estão abertos, elas estão muito mais caras do que eu pago normalmente. Há ingredientes que estão custando até R$ 15,00 a mais, impossível repassar isso para o meu cliente. Por isso, terei que interromper a produção”, lamenta.

Jennefer Sales trabalha com confeitaria há três anos. Foto: Arquivo Pessoal

Apesar do futuro incerto, Jennefer diz ser a favor da quarentena. “Sou 100% a favor do isolamento social desde que seja feito por todos. Desde o dia que foi decretado, eu estou em casa cumprindo o máximo que posso. Só saio de casa para levar a minha a mãe ao hospital (trabalho). Todos os dias, no trajeto, vejo pessoas na rua caminhando com crianças, festas e churrascos. Por isso, estes 15 dias vão se tornar 3 meses, por falta de responsabilidade das pessoas. Eu iniciei o isolamento mesmo trabalhando em casa, justamente por ser autônoma e sabendo das consequências. Mas, se iniciar cedo, acaba cedo. Se não houver medidas drásticas, todos esses dias serão perdidos”, finaliza.

Até esta sexta-feira, 27, Foz do Iguaçu registra 5 casos confirmados de coronavírus, 37 descartados e 140 suspeitos. Todos cumprem quarentena em casa. Ontem, 26, em live pelo Facebook, o prefeito Chico Brasileiro se pronunciou sobre a reabertura do comércio da cidade. “Não podemos abrir o comércio sem receber os resultados dos mais de cem exames de casos suspeitos. “Vamos agir com responsabilidade, pensando no próximo, pensando na saúde das pessoas. Não podemos tomar decisões no escuro, que amanhã todos vamos responder. Amanhã, o custo pode ser alto. Por isso, pedimos a união e o diálogo, temos que agir com harmonia para sairmos mais fortes dessa crise”.

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