O nervosismo falou mais alto ao Cruzeiro na noite desta quarta-feira (15), no Mineirão, em Belo Horizonte. Diante de 65 mil torcedores, a equipe mineira perdeu de virada por 2 a 1 para o Estudiantes de La Plata, da Argentina, pela Final da Taça Libertadores da América.
Após um primeiro tempo equilibrado, o placar se manteve fechado. Gols mesmo, apenas no segundo tempo. Aos nove minutos, Henrique arriscou o chute de fora da área, a bola ainda foi desviada no meio do caminho pelo zagueiro Desábato, enganando o goleiro Andújar e fazendo 1 a 0 para a festa da torcida celeste.
Mas ao contrário do que muitos poderiam pensar, o gol não criou desespero no time argentino. Bem postado defensivamente, a equipe vermelha e branca teve tranquilidade para chegar ao empate aos 12 minutos, com Fernández, após cruzamento da direita. 15 minutos depois, aos 27, na cobrança de escanteio, o artilheiro Boselli subiu mais que toda a zaga da Raposa e concluiu de cabeça, para a virada do Estudiantes. Silêncio no Mineirão, lembrando o estádio do Maracanã, na Copa de 1950, quando o Brasil perdera o título frente ao Uruguai, também por 2 a 1 e de virada.
Mas os comandados de Adilson Batista foram valentes, insistiram até o fim em busca de pelo menos um gol, que pudesse empatar a partida e levar a decisão à prorrogação. Mas o gol não saiu. O máximo que o Cruzeiro conseguiu fazer foi mandar uma bola no travessão, em um chute efetuado por Thiago Ribeiro. E pelo terceiro ano seguido, um clube brasileiro perde o título da Libertadores em pleno estádio, para um adversário estrangeiro. Foi assim em 2007 com o Grêmio perdendo para o Boca Juniors; foi assim em 2008, com o Fluminense caindo ante a LDU, do Equador. E foi assim em 2009, com o Cruzeiro sendo derrotado pelo Estudiantes.
Chegava ao fim também o sonho do treinador Adilson Batista de ser o primeiro brasileiro campeão do torneio continental como jogador e como treinador (Batista foi campeão em 1995, erguendo a taça com a camisa do Grêmio, comandado por Luiz Felipe Scolari, o “Felipão”). No ano passado, Renato Gaúcho, outro campeão como jogador com o Grêmio, mas em 1983, também falhou na tentativa como técnico.
O Estudiantes chega ao quarto título de sua história (campeão em 1968, 69 e 70) e disputará o Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Ao Cruzeiro, resta se dedicar totalmente agora, ao Campeonato Brasileiro.
