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Façamos!

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Impressiona-me a capacidade que algumas pessoas têm de ser agressivas gratuitamente, inclusive virtualmente (agora essa é a moda). Neste campo seria muito promissora uma virada ética. A palavra é grávida de sentido e ao dizê-la ou escrevê-la, somos responsáveis pelas consequências da mesma. Portanto, é absolutamente necessário ter cuidado com o que se fala e o que se escreve. Primeiro é necessária uma reflexão acurada quanto ao tipo de sentimento que pretendemos despertar no destinatário… Quem acompanhou as redes sociais, nos últimos dias, pôde ver a troca de opiniões e, infelizmente, de informações sem fundamentos e até de ofensas entre os integrantes do movimento cultural da cidade de Foz do Iguaçu.

Não sou contra a liberdade de expressão, longe de mim. Pelo contrário, eu também a considero um ato fundamental dos direitos do homem, quando é feita sem preconceitos e sem ofensas pessoais. Daí que volto a malhar o ferro: penso que a cidade e região precisam de produção cultural urgente. Necessitamos de artistas fazendo arte de qualidade, com estudo, pesquisa e sensibilidade, para oferecê-la a quem puder e quiser ver. Formar público infantil e adulto é preciso, para todas as manifestações artísticas e culturais existentes. Se faz necessária uma campanha massiva para divulgar os eventos e receber bem o público.

Em nossa cidade ainda existem pessoas que nunca viram uma peça de teatro, nunca foram a um festival de rock ou qualquer outro estilo musical, nunca viram um espetáculo de circo, enfim, por muitos motivos, há pessoas que ainda não tiveram acesso às produções artísticas e culturais existentes em nossa cidade. O artista não deve (pelo menos não deveria) criticar quem está tentando fazer arte, ou lutando pela mesma de acordo com o possível (há muitos que o estão fazendo), pelo contrário, é importante incentivar, apoiar, estar presente na platéia.

Quem quiser fazer sua arte sozinho… Faça! Quem quiser fazer parcerias somente com quem têm mais afinidade de objetivos e ideologias para realizar suas produções…, bom, é lógico que assim seja! O imprescindível é que todos os artistas façam a sua (p)arte, convidem os que ainda estão isolados para aparecer e mostrar o que fazem, se assim o quiserem, pois há os que não se interessam em mostrar, produzem para si próprios e pronto! Tudo bem, estão no seu direito! 

Quem tem condições, os que estão nos poderes públicos, devem informar e orientar a população quanto ao que lhes é de direito, o acesso à cultura. Obviamente a coisa não é tão simples assim, pois para realizar um bom trabalho, são necessários recursos financeiros que, infelizmente, não são fáceis de conseguir. A má vontade política, determinados interesses escusos, enfim, o fato é que mesmo com todas estas dificuldades, há que se direcionar o olhar para a ação que é possível ser realizada com os recursos disponíveis, pois ficar de braços cruzados, somente criticando, não dá! É justo o que querem que façamos, pois, assim, sem acesso à arte e à cultura, não haverá questionamentos, nem cobranças e… não haverá o ato de sair da caverna. 

 


 
 

 

 

 

*Claudia Ribeiro é  atriz, contadora de história, produtora, dramaturga e professora.

 

 

 

 

 

 

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