Um estudo realizado pelo instituto Oxford Economics, sob encomenda do Conselho Mundial de Turismo, revela que a indústria mundial do turismo – que engloba empresas aéreas, rede hoteleira, empresas de cartões de crédito, restaurantes – deve registrar perdas de US$ 2,2 bilhões entre este ano e 2010 em razão dos efeitos da gripe A (conhecida como Gripe Suína).
No Brasil, a retração começou a ser sentida após um pronunciamento oficial do ministro da saúde, José Gomes Temporão, que recomendou aos brasileiros evitarem viajar para os países mais afetados pela nova gripe (Argentina, Chile, México, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Reino Unido. O mercado, que deveria estar aquecido na alta temporada de inverno, constatou as perdas no número de viagens canceladas, adiadas e até nem mesmo programadas.
De acordo com o presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem), Carlos Alberto Amorim Ferreira, "o pronunciamento de V. Exa acabou por confundir a todos, uma vez que a Organização Mundial de Saúde não restringe viagens entre países desde o início do surto da doença e as autoridades argentinas garantem que implantaram um plano de atenção exaustivo ante a menor suspeita de novos contágios".
Em Curitiba, entidades dos setores de turismo e de saúde se uniram para amenizar o problema, tentando reverter a crise e desmitificar a nova gripe. Com o apoio da Abav-PR, ABIH-PR (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), CCVB (Curitiba Convention & Visitors Bureau), Hospital VITA Curitiba e Travel Clin, a rede de hotéis Deville promove a palestra "Gripe Suína: por que não viajar?", com o infectologista do Hospital VITA Curitiba e especialista em Medicina do Viajante, Jaime Rocha. O evento acontece 14 de julho (terça-feira), às 8h, no Hotel Deville Rayon.
Para o gerente geral do Hotel Deville Rayon, Gilles Grimberg, o problema maior talvez não seja a falta de informações sobre o assunto, mas o excesso. "Muitas pessoas fazem uma confusão com o excesso de informações e acabam sem saber em que informação acreditar. Com isso, criam um bloqueio e desistem de viajar", acredita. A idéia é reverter este quadro econômico do setor turístico com informações precisas e de credibilidade. A partir do evento, a Rede Deville pretende ainda produzir um manual explicativo para os turistas, que será distribuído nas agências de viagem.
Jaime Rocha explica que o vírus Influenza A (H1N1) não se mostrou mais agressivo ou letal que a gripe comum. "A diferença é que como se trata de um vírus novo as pessoas ainda não tem imunidade. Por isso que pacientes com imunodeficiências, gestantes, idosos, e crianças menores de 2 anos estão dentro do grupo de risco", afirma. A Organização Mundial de Saúde diz que não é preciso alterar planos de viagens, muito menos fechar fronteiras, pois o vírus já se espalhou. Jaime Rocha afirma que não há motivos para pânico, pois o índice de mortalidade da nova gripe está hoje em 0,4%. "Bastam algumas medidas preventivas para evitar a contaminação – como usar máscaras, evitar locais fechados com aglomeração de pessoas e lavar frequentemente as mãos com água e sabão -, para que uma viagem de férias seja tranqüila", assegura o médico. Ele lembra também que tão importante quanto a prevenção é a procura de um médico no aparecimento dos sintomas da gripe A: febre alta, tosse, dores musculares, cansaço, diarréia, vômito, irritação nos olhos e secreção nasal.
Serviço
Palestra Gripe Suína: por que não viajar?
Data: 14 de julho
Local: Hotel Deville Rayon (Rua Visconde de Nacar, 1.424)
Informações e inscrições: (41)2108-1100 (vagas limitadas)