Abandonado e largado à própria sorte nas últimas gestões municipais, o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu, chegou aos 14 anos, completados neste dia 10 de junho, enfrentando um dos momentos mais delicados de sua história. Referência regional no passado, o hospital vive hoje sob o peso da superlotação, agravada nas últimas semanas por um surto de doenças respiratórias.
Uma reportagem exibida pelo “Bom Dia Paraná”, programa da RPC/TV Globo, mostrou corredores lotados, pacientes à espera de atendimento por mais de 10 horas e estrutura sobrecarregada, escancarando a distância entre o ideal e a realidade. A situação escapa do controle especialmente nas áreas de pronto atendimento e emergência. Faltam leitos, sobram pacientes e o ambiente — que deveria ser de alívio — se tornou mais um fator de estresse para quem já chega fragilizado.

Apesar do cenário crítico, a atual administração vem tentando virar esse jogo. Nos bastidores, fala-se em um processo de reorganização da estrutura hospitalar, investimento em tecnologia e recomposição das equipes médicas. O objetivo é claro: retomar o posto de centro de excelência em saúde pública que o hospital já ocupou.
Aos trancos, o hospital caminha nesse sentido. Recentemente, recebeu novos equipamentos para o centro cirúrgico e ampliou a oferta de exames de imagem, como tomografia e raio-X digital. A reabertura de setores desativados e a contratação de profissionais também fazem parte da tentativa de resposta ao colapso.
Mas o desafio é maior do que parece. Em meio a uma epidemia de gripe e doenças respiratórias, o hospital vem operando acima da capacidade, com UTIs improvisadas e pacientes pediátricos ocupando leitos adultos — ou vice-versa. Situações que escancaram o rastro de má administração das gestões anteriores e o custo cobrado agora pela falta de planejamento e investimento.
Deveríamos estar celebrando, mas estamos em alerta. O aniversário de 14 anos do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, precisa ser, na prática, o ponto de partida para uma reconstrução. Resta torcer para que haja fôlego — e vontade política — suficientes para que a atual administração faça com que o Hospital Municipal de Foz volte a ser referência. Não apenas em discursos, mas na vida real de quem depende dele todos os dias.