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Jogo de Sena 06/10/10 – por Washington Sena

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Efeito Tiririca
Não sei porque tanta indignação perante a eleição de Tiririca deputado federal pelo estado de São Paulo. E mais ainda, porque tanto alarde pelo fato de ele ser ou não analfabeto. Não creio que seja uma solução democrática impedir a sua diplomação por esse “detalhe”. Se tivessem de fazer algo, que fizessem no período de candidatura. Agora, deve-se respeitar a vontade de mais de 1,3 milhões de eleitores.
 

Além disso, a Constituição Federal – que completou 22 anos de promulgação, ontem (05/10/10) – não é muito clara quanto a esse impedimento. O parágrafo 4º do art. 14 diz que são inelegíveis os analfabetos. Mas a definição de analfabeto é muito subjetiva. Quem pode escrever o próprio nome é analfabeto? Quem está em fase de alfabetização também não pode ser considerado analfabeto. 
 
Assim, creio que Tiririca deve, sim, responder pela falsidade ideológica (junto com os que colaboraram na farsa), mas não deve perder o cargo. No final, a situação vai servir para que se aclare esse item obscuro.
 
A eleição do palhaço reflete bem o que é o Brasil. Tiririca representa bem uma fatia significante de nossa sociedade. Aquela que não teve acesso a educação e vive em condições subumanas. De onde veio Tiririca – o Nordeste – o índice de analfabetos chega a 25%; o de excluídos é incalculável. Diga-se de passagem, essa fatia é a mesma que, às custas das “Bolsas Isso e Aquilo”, vem mantendo a popularidade do presidente Lula e a hegemonia do PT, nos últimos 8 anos. Só os tecnocratas não querem enxergar.
 
Para um Brasil que quer exigir tanto no campo educacional, 20 milhões de votos foi muito pouco para a candidata que venceu na vida pela educação, contrariando todos os prognósticos e mostrando que é possível. Marina é uma vencedora, numa conquista pautada por muita luta, persistência, resiliência e sabe-se mais o que. 
 
Antes de fixarmos algumas exigências em nossa sociedade, primeiro temos de adequar o país a essa realidade que queremos. Há pouco, vivemos às voltas com a exigência  do diploma para jornalistas. Não creio que devamos cessar essa discussão, ainda, mas temos de considerar alguns pontos importantes. Diante de uma sociedade impregnada de faculdades abaixo da linha medíocre, que vendem tal láurea em pesadas 48 prestações, não soa nada verdadeiro fixar a exigência do diploma a questões éticas e qualidade na formação profissional. 
 
Nessa mesma linha, exigir alfabetização de um deputado, que vai representar uma sociedade repleta de analfabetos (incluam-se os funcionais, digitais e etc…), também impacta de maneira paradoxal, na minha humilde maneira de ver as coisas.
 
Para mim, estamos atacando o problema pelo lado errado. Não é exigir alfabetização dos candidatos que vai elevar o nível dos nossos representantes. Na verdade, o poder do voto é que deve ter essa função. 
 
O caminho, então, é construir uma sociedade justa e igual, aonde todos tenham acesso a educação e a informação. Assim, com o poder do discernimento, os eleitores vão poder colocar "cada um no seu quadrado". Tiririca na comédia, mulheres-frutas nas boates ou nos programas tipo “tudo pela audiência” e políticos corruptos na cadeia – e não reeleitos.
 
Para ser a potência que o mundo espera, o Brasil precisa ter uma sociedade preparada. Está na hora do conjunto que mostra indignação perante o “Efeito Tiririca” se mobilizar na construção da sociedade que vai suportar a ascensão política do “Brazil”, interna e internacionalmente.
Definitivamente, nós podemos chegar lá. 
Yes, we can! 
 
Comparativo
Excelente a matéria escrita, na edição de terça-feira (06) do Clickfoz, pelo jornalista Garon Piceli. Quem ainda não leu, pode acessá-la pelo link www.clickfoz.com/7090. Ele traçou um comparativo entre Foz e Cascavel nas Eleições 2010. Dotadas de um colégio eleitoral praticamente igual em número – Cascavel tem pouco mais de 4500 eleitores a mais – a representatividade política dos cascavelenses é muito superior à de Foz. Sempre.
 
Entre as razões elencadas por Garon está o fato de os candidatos cascavelenses não dependerem exclusivamente do próprio município para angariar votos. Em Foz, a maior parte de nossos candidatos entraram na eleição estadual no mesmo pique da eleição a vereador.
 
Força Política
A observação de Garon seja válida, mas não podemos deixar de mencionar que Cascavel é uma cidade acima da média paranaense no quesito política. Entre as grandes cidades do interior do estado é a melhor representada politicamente – pelo menos numericamente. Com quatro deputados federais e mais quatro estaduais, Cascavel superou até mesmo Maringá e Londrina, que têm colégio eleitoral muito mais numeroso. E nessa conta, nem incluímos Giacobo, Sperafico e outros tantos, que gozam do apreço e do convívio com os cascavelenses.
 
Londrina conseguiu eleger apenas Luiz Eduardo Cheida (PT) à Assembléia Legislativa, conseguindo apenas três cadeiras na Câmara Federal. Já Maringá, perdeu duas das cinco cadeiras que tinha na AL, elegendo três estaduais – um deles eleito pela primeira vez. Trata-se de Evandro Júnior (PSDB), 22 anos, neto do cacique Hermas Brandão. No Congresso, a Cidade Canção terá duas cadeiras renovadas. Ricardo Barros deixou o assento para a esposa Cida Borgethi, e Odílio Balbinoti cede sua vaga a Edmar Arruda.
 
Ponta Grossa, que também é muito representativa em número de eleitores, não conseguiu superar Cascavel. A Princesa dos Campos Gerais terá três deputados na Assembléia na próxima legislatura; além disso, elegeu o jovem Sandro Alex para a Câmara Federal. 
 
Dentre as grandes, só mesmo Foz do Iguaçu ficou sem representante no Congresso. Quer dizer, tem o Giacobo…
 
Giacobo
Fernando Giacobo teve uma votação expressiva, mais uma vez, e garantiu sua presença na Câmara Federal por mais quatro anos. O político faz de tudo para deixar claro que é de Foz do Iguaçu. Apesar disso, há quem diga que Giacobo não mora na Fronteira, e sim em Cascavel. Que teria, inclusive, vendido o empreendimento da família que o mantinha ligado a Foz – uma concessionária de veículos.
 
O Código Eleitoral permite que o eleitor opte por qual será seu domicílio eleitoral, quando o mesmo possui mais de uma residência ou moradia. Será esse o caso em tela?
 
De qualquer forma, nossa saída será “naturalizar” o Fernandinho e contar com sua boa-vontade em ajudar o município. Ele já se comprometeu. Há quem diga com intenções que miram 2012.
 
Giacobo, sua ajuda será muito benvinda. E, se mostrar um bom serviço, quem sabe o povo não te recompensa em 2012. Em Foz do Iguaçu, tudo é possível…
 
Derrota
A maior derrota da Eleição foi, sem dúvida, protagonizada por Samis da Silva (PSDB). Com uma votação pífia de 22.238 votos, ele foi o 88º colocado no estado, ficando na 15ª suplência, já que foi o 33º colocado dentro da coligação, que tinha PRB, PP, PTB,  DEM e PSDB.
 
Uma hora, a vida cobraria o que se fez na vida política pregressa. Tanta trairagem patrocinada pelo seu grupo, certamente iria dar nisso. Samis deixou na mão muitos companheiros que o ajudaram a ser Prefeito, em 2000. Depois, dividiu o PMDB ao encher a sua gestão de ex oponentes, que não somaram em nada no seu governo e trouxeram discórdia e um monte de afiliados que houveram sido adversários – o Beltrame é um exemplo disso.
 
Depois, quando foi pro PSDB, Samis esfacelou o partido, criando até mesmo discórdia entre os tucanos.
 
A sobrevida de Celso reside justamente nesse fato. Vai tentar se escorar no governo Beto Richa. Mas, o atual governador é conhecidamente muito técnico em suas nomeações. Qual é a especialidade de Samis? Aonde ele se encaixa no Governo?
 
Dias difíceis para quem já mandou na cidade. Só nos resta esperar.
 
Quem viver, lerá…
 
Indignado
Ao saber, na Rádio Cultura, através de seu fiel escudeiro, Airton José, que foi o quarto colocado em Foz na eleição para o Senado, com cerca de 15% dos votos válidos, Roberto Requião não escondeu a sua indignação e, ao vivo, mostrou-se decepcionado com Foz.
 
“É decepcionante a votação que eu fiz em Foz, depois de tudo o que fiz pelo município”, foi um dos desabafos proferidos por Requião, que não perdeu a oportunidade de cutucar o governador do estado – que ele chama de “Pançuti” – alegando que Pessuti apoiou Gustavo Fuet, do PSDB.
 
É Requião, o seu PMDB não é mais o mesmo, sobretudo aqui, na terra aonde o poste mija no cachorro. Eu escrevi, bem ali em cima, que o Samis desmontou o PMDB, não escrevi?
 
Vencedor
Ao contrário de Samis, Reni Pereira sai ultra vitorioso da disputa eleitoral. Único representante da cidade eleito para a Assembléia Legislativa, Reni escreve o seu nome como a maior (e mais nova) liderança política da cidade. Para a nossa sorte, os eleitores escolheram bem nosso único deputadol, ficando com o que eu considero o melhor e mais viável de todos (embora meu voto tenha sido de um outro amigo). Reni Pereira (PSB) fez 54.799 votos, sendo o 18º mais votado do estado e o segundo do PSB, que não coligou com ninguém, e garantiu três cadeiras na Assembléia.
 
Para quem era um ilustre desconhecido na política há oito anos atrás, Reni já construiu uma carreira de sucesso…
 
Sucessão
Terminada a eleição estadual, é hora de começar a pensar na disputa municipal, que está marcada para outubro de 2012. Em Maringá, Sílvio Barros II – irmão do candidato ao Senado, Ricardo Barros – já anunciou que está trabalhando o nome do seu sucessor. O mano e a cunhada estão fora, por questões legais, então, Silvinho está pensando em uma das inúmeras alternativas que os seus aliados oferecem. Enio Verri (PT) e Edmar Arruda (PSC) são dois fortes candidatos. Creio que a eleição presidencial e as composições do governo é que vão decidir.
 
Em Foz, a disputa também vai ficar aberta. Reni seria o nome mais forte, hoje. Porém, como é o único deputado da Fronteira, vai ficar bem complicado deixar sua cadeira na AL para disputar a sucessão de Paulo Mac Donald.
 
Nanci Andreola vem de um projeto que fracassou e já se fala em desgaste com o Prefeito. Aonde será que reside o desacerto?
 
Samis da Silva, eu creio que não vai mais se arriscar. As seguidas derrotas, desgastaram seu nome. Como alternativa do Governador, resta Carlos Budel, conhecidíssimo articulador, que consegue a proeza de se manter na presidência da Câmara por todo o seu mandato, mesmo contra a vontade do Prefeito.
 
Ah, tem também o Giacobo, que o meu amigo H. Lucas (ex Língua di Trapo) diz que goza de uma forte proximidade com o Prefeito.
As fichas estão lançadas. Quem será o próximo Prefeito?
 
Quem viver, lerá…
 
Pérolas da Rádio
A pérola de hoje, também está ligada à política. Mais precisamente à cobertura da Eleição, no rádio. A moçada fez confusão com a definição de COLÉGIO ELEITORAL. E não foi uma rádio só não. Ouvi as três, e em todas, eles fizeram a confusão.
 
Antes, vamos definir o que é COLÉGIO ELEITORAL. É um órgão formado por um conjunto de eleitores com o poder de um corpo deliberativo para eleger alguém a um posto particular (essa definição é da Wikipedia). Trocando em miúdos, é o conjunto de eleitores de um determinado local: município, estado, região ou até mesmo de um bairro.
 
As escolas ou colégios aonde acontece a votação são apenas um posto de votação ou um conjunto de seções eleitorais.
 
Mas, os repórteres das emissoras meteram o pé na jaca e saíram com essas. “O movimento ainda é intenso nos colégios eleitorais de Foz”. E essa foi apenas uma das citações.
 
Alô galera do “microfe”, se liga nos verbetes que os nossos ouvidos estão atentos….
 
Até mais!
Deixa Deus comandar o teu time no jogo da vida e seja um vencedor, sempre…
WASHINGTON SENA
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