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Na desinformação, a sociedade padece

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Uma reportagem do telejornal “Bom dia, Paraná” dessa semana mostrou que no início desse ano foi realizada pela UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) uma pesquisa em três cidades do norte do estado. Foram ouvidos 1012 estudantes do ensino médio. O resultado demonstrou que os jovens têm pouca noção de cidadania e não sabem quase nada sobre seus direitos. A maioria desconhece o que é a Constituição Federal, a Democracia, qual a função de um deputado e quais são os três poderes da República. Muitos inclusive admitem que não sabem por pura falta de interesse já que esses assuntos são considerados chatos e sem importância. A pesquisa foi realizada com o objetivo de chamar atenção das autoridades e incentivar à qualificação na formação cidadã nas escolas do Paraná e demais estados brasileiros.

Ficar alheio a esse tipo de conhecimento é justamente a situação mais favorável para os maus políticos que se beneficiam da falta de memória e da ignorância de seus eleitores. É preocupante, pois, a pesquisa foi realizada com jovens, ou seja, aqueles a quem tantas vezes chamamos de futuro da pátria. Mas, na verdade, o analfabetismo político ocorre em diferentes faixas etárias e distintas classes sociais. A posição da maioria das pessoas em relação a esse assunto é baseada no senso comum, pois imaginam que saber sobre política é se igualar ao político corrupto e de mau caráter, sendo que política não se resume em políticos, é muito mais que isso, pois necessitamos da política o tempo todo e para a consecução de todos os nossos objetivos.

O dramaturgo alemão, Bertolt Brecht (1898 – 1956), escreveu um texto do qual gosto muito e que expressa exatamente a maneira como deveríamos pensar para poder consequentemente mudar essa cultura de desinteresse e desinformação. Deixo a você, caro leitor, um trecho dele:

 

O ANALFABETO POLÍTICO

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”

NADA É IMPOSSÍVEL DE MUDAR

“Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.”

 

 


 
 

 

 

 

*Claudia Ribeiro é  atriz, contadora de história, produtora, dramaturga e professora.

 

 

 

 

 

 

 

 

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