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Ñandeva comemora quatro anos e traça desafios para 2010

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O Ñandeva (Programa Trinacional de Artesanato) completa, no mês de abril, quatro anos desde a instituição de seu plano diretor. Neste período, o programa já acumulou números expressivos, como a realização de mais de 700 oficinas, mais de 800 produtos finais desenvolvidos, entre outros. Entretanto, mais importante que estes números é a consolidação do programa na região trinacional.
 
 
Programa consiste na transferência de conhecimento e tecnologia, com o intuito de, através do artesanato, gerar oportunidade de renda

 

De acordo com a gestora do Ñandeva, Ana Cristina Nóbrega, “2010 é um ano em que nós conseguimos ter um entendimento melhor do tipo de produto que o mercado espera, em que os artesãos já atingiram um grau de maturidade muito mais interessante. E é um momento de maturidade também do programa”.
 
Além disso, 2010 é um ano repleto de novos desafios para o Ñandeva. “Nós estamos engatinhando, estamos no início de um trabalho. Já fizemos muitas coisas, mas eu penso que daqui para a frente é que vamos começar a ver os frutos desse trabalho”, destacou Ana Cristina.
 
Entre as metas para este ano, estão o lançamento do novo site do programa, a inauguração da Marcenaria-Escola, a participação no 54º Congresso Brasileiro de Cerâmica, o lançamento do livro, que retratará o que existe de melhor e mais legítimo no artesanato trinacional (previsto para maio), e outras.
 
 
Artesãos encontram, no Ñandeva, orientação e acompanhamento para o desenvolvimento de seus produtos

Comercialização – O lançamento do site, previsto para o final deste mês, ajudará a amenizar um dos problemas gerados pela recente desativação do Centro de Artesanato de Foz do Iguaçu, onde o Ñandeva tinha uma loja. “Nós precisamos de um ponto de venda dos produtos”, destacou Ana Cristina. No novo site haverá uma página de e-commerce, onde será possível escolher e encomendar os produtos. A intenção é, também, para os habitantes do PTI e da Itaipu, fazer as entregas na sala de quem encomendou. Além disso, o programa está à procura de outro local para reabrir a loja.

Turismo – Outro objetivo para este ano, é desenvolver um trabalho intensivo para agregar identidade aos espaços turísticos da região, além de expôr para venda os produtos do Ñandeva em lojas de decoração. “Tem muitos produtos que os nossos artesãos fazem que são universais, poderiam estar em qualquer boa loja de decoração”, observou ela. E esta é apenas uma das linhas de produtos em que o Ñandeva atua – o programa também trabalha fortemente no mercado turístico, com os souvenirs, e no mercado corporativo, produzindo itens que as empresas e eventos procuram para presentear determinadas pessoas em ocasiões especiais.
 
Desafios – Um dos desafios, continuou Ana Cristina, é a produção em maior escala. “Os artesãos trabalham individualmente, e por isso a nossa proposta para este ano é ampliar a abrangência do programa, em número de pessoas”. Para alcançar essa meta, o Ñandeva pretende agregar novos públicos. “Nós começamos trabalhando com quem já era artesão. Mas existe um leque enorme de pessoas que poderiam estar se beneficiando da atividade”. São exemplos os jovens em situação de risco, mulheres e homens que cumprem pena na penitenciária, mulheres que ficam em casas-abrigo – e poderiam ter no artesanato uma renda – e outros. Este, complementou a gestora do programa, é o foco do Ñandeva: “geração e transferência do conhecimento e de tecnologia, com o intuito de, através do artesanato, gerar oportunidade de renda”.
 
Marcenaria-Escola – Ainda este mês, deve ser inaugurada a marcenaria-escola, localizada ao lado do antigo cinema da Itaipu. Poderão ser atendidos jovens, cadeirantes, pessoas com necessidades especiais, ou qualquer pessoa que tiver interesse. Ali, será ensinado o ofício da marcenaria. “E este é o nosso primeiro passo para a Escola Trinacional de Artesanato, que é o nosso grande sonho”, afirmou Ana Cristina.
 
Comércio justo – Em 2010, o Ñandeva dará outro grande passo. Os produtos que passam pelo processo de aperfeiçoamento e são comercializados com a marca Ñandeva terão, em breve, a certificação do Instituto de Biodinâmica para o Comércio Justo. Na prática, significa que os produtos são certificados diante das melhores práticas de produção, tanto em termos socioambientais quanto ecossociais. “Isso dá uma garantia não só para o cliente final, como também para o artesão. Ele eleva o padrão de qualidade do produto”, destacou a gestora. “O Ñandeva não tem fins lucrativos, mas com esse selo de certificação ecossocial, isso fica publicamente reconhecido”, complementou.
 
Coleções dos municípios – Um trabalho que iniciou em 2009 e terá continuidade este ano são as coleções dos municípios lindeiros. Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon e Santa Terezinha de Itaipu já têm suas coleções de produtos artesanais do Ñandeva. “Estes municípios, como são relativamente jovens, ainda não têm consolidada uma identidade, e o que se descobre são quase sempre historias muito ricas e cheias de simbolismos”, explicou. Por isso, uma equipe do programa visitou os locais que guardam a história destes municípios e fez uma pesquisa detalhada.
 
Ao final, os designers transformaram os aspectos individuais dos municípios em coleções inovadoras. Um dos exemplos que ganharam visibilidade foi história do barco chamado Pato Bragado, que deu nome à cidade. Já em Marechal Cândido Rondon, a ideia foi destacar a origem germânica da comunidade. “A história está traduzida nas fachadas das casas, nas cores dos produtos, e tudo isso junto ganha mais visibilidade”, destacou Ana Cristina. Em Santa Terezinha de Itaipu, foram desenvolvidas três coleções distintas. A primeira, chamada de Rosas de Santa Terezinha, faz alusão às rosas que a imagem da Santa Terezinha segura nas mãos. Há também a coleção Prainha, inspirada na paisagem e nas águas do Lago de Itaipu, que formam o terminal turístico. E, por fim, a coleção Produtos da Colônia, pela cidade ser fortemente agrícola.
 
“Todos nós” – A palavra guarani Ñandeva significa “todos nós”, que traduz bem o espírito do programa. “Esse é realmente o nosso objetivo, que todos nós nos sintamos representados pelo Ñandeva”, frisou Ana Cristina. “Ele não tem dono, é um programa que tem a parceria de muitas entidades que nos ajudam, nos apoiam financeiramente, mas sem dúvida a Itaipu, o PTI e o Sebrae são os principais”, completou.

 

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