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Onça-pintada Nena chega ao Refúgio Biológico de Itaipu

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Depois de 14 anos, o programa de reprodução de onças-pintadas do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu tem grandes esperanças de sucesso. A nova aposta é Nena, uma onça-preta fêmea, procedente da divisa do Mato Grosso e Goiás, que foi doada à unidade de conservação pelo Criadouro Científico Instituto Onça-Pintada (GO) há cerca de um mês. Itaipu já é referência em reprodução de outros animais, como a harpia, o veado-bororó e a anta.

Em idade fértil, a nova integrante do plantel de Itaipu vem sendo gradativamente introduzida no recinto da onça-pintada macho Valente, antigo morador do Zoológico Roberto Ribas Lange, no RBV, para se acostumarem um ao outro. Nesta quinta-feira, 08, eles tiveram o terceiro encontro. E o clima foi de paquera. Embora uma seja preta e outra pintada, a diferença é só uma questão de pigmentação de cor em função da quantidade de melanina. Elas são da mesma espécie (Panthera onca).

Se der certo a aproximação, a expectativa é de que, em menos de um ano, o refúgio ganhe os primeiros filhotes do único casal da espécie da Bacia do Rio Paraná mantido em cativeiro, em todo o Brasil. A maioria dos casais atualmente em cativeiro tem como origem a Amazônia.

Valente, capturado em uma fazenda no Mato Grosso do Sul, na divisa com São Paulo, está com nove anos de idade e a recém-chegada tem três. A esperança dos técnicos do refúgio é que o novo casal venha a se reproduzir em breve, já que o cio das onças ocorre de seis a 14 dias, em um ciclo de 37 dias. Há pouco mais de dez dias, Nena estaria pronta para o acasalamento. Segundo o tratador Delcy Alves de Oliveira, que há 22 anos trabalha na unidade de conservação, “se os animais tivessem sido colocados juntos já naquela ocasião, ia dar liga”.

Mas, ainda era preciso esperar um pouco mais para que a relação entre eles não azedasse. “Existe um protocolo a ser seguido”, comenta o médico veterinário Wanderlei de Moraes, responsável pelo programa de reprodução das onças-pintadas na Itaipu.  “Depois dessa aproximação, vamos esperar agora que ela entre novamente no cio e, com o cruzamento, torcer para que entre no período de gestação. Se isso ocorrer, o casal será novamente separado até o nascimento dos filhotes”, diz.

Hoje, observando a terceira aproximação, tanto Moraes quanto Oliveira não têm dúvidas de que vai dar certo. O tratador e o médico veterinário acompanharam todas as tentativas anteriores de reprodução de onças-pintadas na unidade de conservação.

Nena é a sexta onça recebida pela Itaipu. Primeiro veio Juma, em 2002, depois Tonhão, Valente, Teka (também conhecida como Beyonça) e agora, além de Nena, também uma onça macho, que chegou junto da onça-preta e têm a mesma idade que ela. Esta onça macho é pintada e não ficará exposta ao público. Estrela do Refúgio desde quando havia chegado ao local, Juma morreu no começo deste ano. Tonhão e Teka foram conduzidos para outros zoológicos.

“A expectativa maior em relação à reprodução agora com esse novo casal se justifica porque, nas tentativas anteriores, primeiro com Juma e Tonhão e depois com Juma e Valente, a fêmea estava fora da janela de procriação, ou seja, com idade avançada para se reproduzir”, explica Wanderlei de Moraes. Além da novidade do possível nascimento de filhotes geneticamente puros de onças-pintadas da Bacia do Rio Paraná, o ganho para a natureza é imensurável, já que a única reserva hoje de grande porte no Sul do País que abriga a espécie é o Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira do Brasil com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu.

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