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Outros carnavais

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Podem me chamar de saudosista, mas em se tratando de carnaval, confesso que adoro as marchinhas e os sambas de raiz. Não sei, mas parece que só através dessas canções é que se sente a alma do velho e bom carnaval.

Aqui em Foz do Iguaçu pude ter um pouquinho desse prazer ao brincar na Rua Marechal Deodoro no último domingo. Tive o privilégio de participar de uma de nossas manifestações culturais mais antigas junto com amigos, minha família e tantas outras pessoas que estavam cheias de cores, ora pelas fantasias, ora pelos sorrisos que expressavam a alegria e a leveza de estar ali em harmonia, cantando e dançando, contagiados pela cultura do brincar. Parecia que todos haviam deixado em casa ou em qualquer outro lugar uma carcaça pesada e estavam leves, as crianças, os idosos e até famílias inteiras.

Um carnaval irreverente, engraçado, simples e humano sem a preocupação de ser o mais bonito, de ser o campeão, de ter o corpo mais malhado, de aparecer em determinado canal de televisão ou de obedecer a um cronômetro. Os músicos, que não tinham a obrigação de cantar os sucessos do momento, animaram os foliões com canções que foram simplesmente cantadas por todos.

Admiro, respeito e gosto dos desfiles das escolas de samba do nosso país, especificamente os de nossa cidade, pois a forma como contam um enredo é um verdadeiro teatro, mas o carnaval da Rua Marechal Deodoro, o chamado “carnaval da saudade” também merece um pouco mais de investimento, produção e divulgação por parte dos que promovem a festa, pois é algo saudável que atinge outro tipo de público, aquele que prefere não frequentar o baile da Rua Duque de Caxias por questões ligadas a horário, gosto musical, entre outros motivos.

Todos têm o direito de se divertir como quiser, mas para isso é preciso ter opções que agradem diferentes gostos e aqui em Foz do Iguaçu, acreditem, há pessoas, e muitas, que saem de suas casas quando algo de diferente é oferecido.



 
 

 

 

 

*Claudia Ribeiro é  atriz, contadora de história, produtora, dramaturga e professora.

 

 

 

 

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