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Planejamento Urbano e Tráfego: tapando sol com peneira

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Dia desses, ganhei uma carona até a Zona Norte. No caminho, no entanto, talvez pelo ar seco dos últimos dias, precisei tomar um pouco de água e, assim, pedi para que parassem o carro em uma lanchonete. Até aí, algo normal, se não fosse pelo fato de estarmos na Avenida JK, próximos à Carlos Gomes e não encontramos um local para parar o carro, não por excesso de veículos, mas, simplesmente, por terem proibido o estacionamento naquela região e, em função disso, ter uma viatura da Guarda-Municipal armada de bloquinho e caneta multando todos os desavisados.

Nossa cidade optou, como todo o Brasil, pelo transporte particular. O número de carros com placa “Foz do Iguaçu-PR”, segundo o Detran, dobrou em dez anos, sem falar nos veículos estrangeiros.

Esse fenômeno (parte fruto das facilidades para a compra de veículos, parte pelo vergonhoso transporte público da cidade, que espanta qualquer um) foi acompanhado de uma total ineficiência no Planejamento Urbano da cidade. Esta não se adaptou para suportar o modelo de desenvolvimento adotado.

O resultado está aí, amigo leitor: trevo da Paraná com a Costa e Silva sobrecarregado, Avenidas Brasil e Das Cataratas abarrotadas, cruzamentos com a BR 277 parados, ônibus circulando entre veículos em vez de em faixas adequadas, falta de opções de mobilidade urbana, etc.

E o que fazer?

O correto seria um Planejamento Urbano mais efetivo, transversal, mas o que vemos é apenas uma série de medidas paliativas que, em médio prazo, trarão mais problemas que soluções. Prova disso é, por exemplo, a supressão dos estacionamentos na Avenida JK, entre a Venezuela (Duque de Caxias?) e a Carlos Gomes.

Ali, placas foram colocadas avisando estar proibido estacionar.

Os comerciantes alegam que, depois da medida, perderam grande parte da clientela e terão de amargar o prejuízo de terem investido – novamente – em uma região há alguns anos condenada ao abandono e que, de uns tempos pra cá, vem ganhando investimentos – privados – para se recuperar.

Louvável, digo, no entanto, a atitude do FozTrans de proibir o estacionamento para garantir uma faixa a mais de rodagem à JK e, assim, ajudar no fluxo de veículos e ônibus, mas, devo advertir, somente fazer sem dar outra alternativa é amadorismo.

Uma saída seria, como adotada aqui perto, em Cascavel, a disponibilização de vagas para carros nos nichos dos canteiros da avenida. Ali, os canteiros são grandes e subutilizados. A adequação de algumas partes, por exemplo, disponibilizando vinte ou trinta vagas a cada cento e cinquenta metros seria uma solução. Isso não prejudicaria as vias de pedestres e a ciclovia (podemos chamar aquela calçada mal feita de ciclovia?), pois os nichos teriam entrada em uma das pistas, preservando o fluxo de pessoas, com segurança.

Além disso, faltam, naquela região, faixas de pedestres, sinalização de travessia, pontos de embarque e desembarque do transporte e, principalmente, um semáforo exclusivo para que os ônibus que trafegam pela direita possam atravessar as faixas e entrarem à esquerda na Avenida Carlos Gomes.

Todos nós sabemos: somente um Planejamento Urbano ousado, efetivo e sem gambiarras pode resolver os problemas de tráfego em Foz do Iguaçu. Devemos corrigir as falhas e melhorar as condições de mobilidade, revendo, inclusive, o modelo de transporte coletivo adotado.

O que falta é olhar técnico, vontade política e, principalmente, a noção de que a cidade não é de meia-dúzia, mas de todos. 

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*Luiz Henrique Dias é dramaturgo e estudante de Administração Pública e Arquitetura e Urbanismo. Leia mais em luizhenriquedias.com.br ou siga ele no twitter: @LuizHDias

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