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Por uma pauta clara de reivindicações

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Nota do autor: Caros leitores, escrevi o artigo abaixo ontem (24/06) pela manhã, mas como foi feriado em Foz, optamos por publicar apenas nesta terça. De lá para cá, fatos concretos aconteceram no Brasil, em especial na segunda à tarde, mas o texto serve como meu “protesto” individual e como a vontade de que as ações se concretizem.

 

O planejamento estratégico é a chave para bons resultados.

Apesar de soar com certo ar empresarial, a frase acima pode – e deve – ser aplicada na construção de um Brasil melhor.

Vivemos em um país grandioso, com uma economia invejável e uma capacidade de crescimento única, seja por nosso povo vibrante (e nosso bônus populacional), seja por nossa vastidão de recursos hídricos, minerais e de fauna e flora.

Assim, temos todas as condições de evoluirmos como nação e como sociedade.

Os protestos, ocorridos em todo o país, mostram uma intenção: o aprimoramento.

Há dias, quando critiquei as manifestações – e mantenho a crítica – me posicionei acerca do método utilizado e da falta de pauta clara para as mudanças. Também critiquei – e, novamente, mantenho a crítica – a falta ou a insuficiência de informações por parte dos manifestantes, em especial, acerca dos processos em andamento no país, principalmente na educação, tema que exige tempo e construção sólida. Por fim, me posicionei contra o movimento apartidário, não visando atacar o direito individual de cada um, mas preocupado com os desdobramentos no que tange ao processo democrático, construído no Brasil após anos de regime ditatorial.

É visível também que sou um defensor do atual Governo, não só por questões partidárias, pois não trato o tema de forma fanática e cega, mas por acompanhar as mudanças ocorridas na inclusão social, no acesso à cidadania e à educação. Mas, como todos, acredito ser possível – e fundamental – avançar muito mais.

 

Assim, proponho (entendam, de forma muito particular) uma Agenda para Brasil, em ordem – pessoal – de prioridade.

Trata-se de uma possibilidade de caminho, visando melhorar o fundamento social e econômico do país.

1 – erradicação da fome e da miséria. Não é possível se ampliar o debate enquanto no país ainda existirem cidadãos à margem do direito à segurança alimentar. O Brasil incluiu milhões de pessoas em Programas de combate à fome, mas ainda há brasileiros e brasileiras em situação de miséria. Essa deve ser nossa maior prioridade.

2 – reforma urbana. Inclui-se, aí, a consolidação da política habitacional (combate ao déficit histórico), a mudança da lógica de crescimento das cidades, garantia de mobilidade urbana acessível e de qualidade, combate à especulação imobiliária e justiça tributária. Além de um amplo programa de acesso à saúde pública.

3 – reforma agrária. Garantia à terra, ao crédito agrícola para todos os pequenos e médios produtores, a cursos técnicos e universitários descentralizados, à ampliação da política de compras de alimentos pelo Governo e valorização da produção sustentável.

4 – aprovação do Projeto que destina 100% dos recursos do Petróleo para Educação. É notório, em diversos casos pelo mundo, o resultado prático na sociedade de altos investimentos em educação.

5 – reforma política. O Brasil não dará mais passo algum com a manutenção do modelo eleitoral vigente. Devemos discutir a implantação do voto em lista e o do fim do financiamento privado de campanha. Este último, a base de todo o processo de corrupção – um dos temas mais reincidentes nos protestos.

Cumprida essa agenda, o país poderá, enfim, avançar para questões como o meio-ambiente, a expansão das liberdades individuais, o aprimoramento das instituições, a reforma da segurança pública e a ampliação de direitos e deveres.

É preciso conhecimento sobre o que fomos, onde chegamos e para onde queremos ir. E isso requer uma pauta clara. Um caminho coeso. Um povo unido em ideiais comuns.

O Brasil tem um futuro esplêndido. E ele – o futuro – só depende de nós. Por isso, vamos planejar e cumprir nossas metas, uma a uma, para, enfim, termos um Novo Brasil.

 


 

 * Luiz Henrique Dias é dramaturgo, diretor da Cia Experiencial O Teatro do Excluído de São Paulo, Membro do Núcleo de Dramaturgia SESI-PR e trabalha com políticas públicas para a cultura e cidadania. Leia mais em www.luizhenriquedias.com.br

 

 

 

 

A opinião emitida nesta coluna não representa necessariamente o posicionamento deste veículo de comunicação

 

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