A palestra é uma ação do projeto de extensão da Unila "Grupo de apoio sobre gestação, parto e aleitamento materno na rede de atenção básica de Foz do Iguaçu", que tem como objetivo fortalecer a rede pública de saúde e oferecer um espaço para a discussão de questões ligadas à gestação, parto e aleitamento materno.
O projeto – O projeto está sendo implantado, a princípio, em duas unidades básicas de saúde em Foz do Iguaçu: Lagoa Dourada – onde, atualmente, são atendidas 60 gestantes – e Sol de Maio, com 80 gestantes, ambas do Distrito Nordeste.
De acordo com a coordenadora do projeto, Ana Paula Araújo Fonseca, que tem formação em Psicologia da Educação e é docente nos cursos de Medicina e Saúde Coletiva, da Unila, o objetivo é que “as mulheres tenham momentos para pensar sua condição de gestante, de lactante. A ideia não é dar informações para a gestante, mas ouvi-la e, a partir de sua perspectiva, oferecer contrapontos para que ela possa pensar e tomar decisões”.
A palestra – Segundo a psicóloga Ana Paula, o objetivo da palestra é promover uma discussão sobre parto natural e os diversos mitos e confusões que cercam o assunto, começando pela atribuição dada à parteira. “Uma enfermeira obstetra ou obstetriz é uma parteira. Não se pode confundir parteira com a doula. Doula não é parteira, é ‘apoiadora’ da mulher”, esclarece.
Ela explica que, no parto natural, a ideia é haver um mínimo de intervenção, baseada em evidências científicas. “Nada precisa ser feito. Fisiologicamente, o corpo vai apresentar hormônios, respostas para que o bebê venha ao mundo. Não havendo nenhuma justificativa clínica de sofrimento da mãe ou do bebê, não tem que ser realizada nenhuma intervenção”, afirma Ana paula. Além disso, a professora lembra que há recomendações e protocolos de boas práticas para conduzir o parto e que intervenções, como a cesariana, devem ser feitas apenas quando forem justificadas.
De acordo com Ana Paula, a legislação prevê a criação de redes de amparo à gestante e ao bebê que sejam resolutivas, garantindo a saúde de mãe e filho. “Por isso, a mulher tem o direito de ser informada e esclarecida sobre quais são as implicações envolvidas nas opções obstétricas”, completa.