Temos o pior transporte público dentre as cidades médias e/ou grandes do Paraná.
O Sistema que opera em Foz do Iguaçu é ineficiente e ineficaz, não atende a população, que paga pelo serviço, seja de trabalhadores, estudantes, idosos ou usuários eventuais. Além disso, prejudica o turismo e o desenvolvimento da cidade. É uma verdadeira vergonha para nós, iguaçuenses.
Eu poderia escrever o dia todo sobre os problemas – e danos – que o Consórcio Sorriso – e as empresas que, há anos, monopolizam o Sistema tem causados ao nosso desenvolvimento. Já fizemos, neste espaço, neste portal e em tantos outros meios de comunicação, inúmeros artigos, matérias, vídeos e críticas. Já descrevemos a cara-de-pau do engenheiro que “projetou” o Sistema ao dizer que “mais de 80% dos usuários aprovam o Transporte de Foz” na Audiência Pública que aconteceu na Câmara. Já nos posicionamos contrários à forma como o FozTrans gerencia e, principalmente, fiscaliza as empresas que prestam serviços à população. Já denunciamos o “amiguismo” de boa parte dos membros do Conselho Municipal de Trânsito, coniventes com a farra que fazem com nosso povo. Apresentamos, inclusive, propostas, vindas de leitores, de urbanistas e de cidadãos em geral para melhorar ou, pelo menos amenizar, um pouco, esse problema crônico que é, sem dúvida, o maior entrave ao desenvolvimento urbano de nossa cidade.
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| Em coletiva de imprensa quando o novo Sistema foi anunciado, os responsáveis comentaram que este seria o "melhor Sistema de Transporte Urbano do Brasil" |
Mas hoje, não vou falar dos problemas e sim do descaramento chamado de “aumento” no valor da tarifa.
Não vou dizer aqui que “em Curitiba” ou “em Maringá” ou “em Caxias do Sul” ou “em Cascavel” ou em outra cidade é assim ou é assado. O morador, em especial o usuário, sabe o quanto o serviço prestado em Foz do Iguaçu não vale os R$ 2,90 que vamos engolir a seco. Já não valia os R$ 2,65 que vão, agora, nos deixar saudades.
Não vale, não é justo e não é certo.
A população foi pega de mãos abanando com esse aumento que, além de tudo, supera a inflação do período. Quem é refém do ônibus não tem poder para fazer nada, a não ser ver seu dinheiro voar, enquanto estão enlatados em veículos pequenos, lotados, sem ar-condicionado e dirigidos por pessoas que não sabem lidar com pessoas.
Somos uma cidade turística, universitária e próspera. Vivemos em uma cidade linda, repleta de belezas naturais e construídas pelos homem. Mas, sem dúvida, nosso maior patrimônio são as pessoas. E só seremos uma cidade ainda melhor se entendermos isso e dermos valor ao nosso povo.
Eu termino aqui repetindo o que falei anteriormente sobre esse aumento da passagem do transporte: Não vale, não é justo e não é certo. Vamos engolir a seco sempre, enquanto formos passivos e coniventes.
* Luiz Henrique Dias da Silva é dramaturgo e usuário do Sistema de Transporte Público de Foz. Ele acredita que serviços básicos, como o transporte, precisam ou estar na mão do Poder Público ou sofrer forte fiscalização por parte dos órgãos competentes e que estes, sempre, devem defender os direitos dos usuários. O Luiz escreve todas as quartas aqui no Click e você pode, também, seguir ele no Twitter: @LuizHDias.
A opinião emitida nesta coluna não representa necessariamente o posicionamento deste veículo de comunicação
