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Rodoviários protestam contra injustiças cometidas pelo Consórcio Sorriso

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Na manha de quarta-feira (11), os trabalhadores do transporte coletivo de Foz do Iguaçu iniciaram uma greve. Objetivo da paralisação é protestar contra as demissões injustas que aconteceram nos últimos tempos, além de exigir direitos trabalhistas que vem sendo ignorados.
 

Foto: Garon Piceli | Clickfoz
Na manhã de quarta-feira (11) os motoristas do transporte coletivo pararam completamente os serviços

A recente demissão por justa causa do motorista Altamar Marchareti, que se envolveu em um acidente de trânsito onde um motociclista foi a óbito, foi o estopim para a revolta dos funcionários do transporte coletivo que consideram injusta a ação da empresa.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Dilton Vitorassi, “Nós queremos uma negociação sobre questões que estão pendentes como, por exemplo, a situação dos cobradores, a redução da carga horária e a discussão para o aumento do salário”.

Fotos: Garon Piceli | Clickfoz
Dilton Vitorassi afirma que o sistema implantado pelo Consórcio Sorriso tem sido exploratório

 
Vitorassi contou que nos últimos doze meses cinco funcionários foram mandados embora por “justa causa”, segundo ele essas demissões são injustas. “O funcionário sai da empresa fragilizado, sem dinheiro e chega ao tribunal totalmente descaptalizado. Até na desgraça alheia eles [Consórcio Sorriso] são capazes de visar lucro”, denunciou.

 
Muitas das pessoas que esperavam a volta do funcionamento do transporte coletivo estavam a favor da greve

Entre as últimas demissões estão três casos extremos, um cadeirante que trabalhava como cobrador foi dispensado por justa causa sem a empresa apresentar motivos, o motorista envolvido no acidente também foi demitido sem averiguação do laudo judicial e por fim outro motorista que foi dispensado por ter acompanhado a esposa em uma cirurgia grave.

O motorista Andrei Gemiel Pereira trabalhou para a empresa Irmãos Rafain por treze anos e foi dispensado por justa causa depois de ter faltado em um dia de trabalho porque acompanhou a esposa em uma cirurgia.
 

 
Andrei Gemiel Pereira foi demitido após acompanhar a esposa em uma cirurgia nos olhos

“Minha esposa está com câncer no olho e precisava de alguém para acompanhá-la depois da cirurgia, só tinha eu para fazer isso. No dia seguinte eu levei um atestado médico de acompanhamento e mesmo assim fui dispensado por justa causa, depois de treze anos de trabalho sem cometer faltas fui mando embora sem direito nenhum”, declarou Pereira.

O caso do motorista Altamar Marchareti é parecido, ele trabalhou por nove anos e após ter se envolvido no acidente de trânsito a empresa o dispensou por justa causa. “Eles conversaram comigo e disseram que iam me dar uns dias, até porque eu já tinha férias para pegar, aí depois me chamaram e disseram que eu ia ser demitido por justa causa, na hora eu entrei em choque, nem soube como reagir”, conta Marchareti.

 
Altamar Machareti foi demitido após se envolver um acidente de trânsito

Marchareti está psicologicamente abalado com a situação, disse que tem recebido apoio de muitos amigos, colegas de trabalho e até mesmo de passageiros que costumavam pegar o ônibus da linha que ele dirigia. “Eu já pedi desculpas para a família do motociclista, sei que isso não vai trazê-lo de volta, mas eu não saí de casa com a intenção de sofrer um acidente, foi por acaso e poderia acontecer com qualquer pessoa. “Tem muita gente me apoiando e isso tem me ajudado muito”.

O diretor do sindicato, Rodrigo Andrade, contou que o sistema mudou muito depois que o Consórcio Sorriso assumiu a administração do transporte. “Antes era coordenado por quatro empresas, agora o monopólio ficou na mão de um só, as pessoas são mandas embora e não podem fazer nada”.

Ele disse ainda que muitos funcionários vem sofrendo assédio moral dentro das garagens, são obrigados a trabalhar em escalas feitas de última hora e muitas vezes fazer horas extras que acabam não sendo pagas.

O Clickfoz entrou em contato com o diretor do Consórcio Sorriso, Juliano Ribeiro, para esclarecer a situação, mas ele está viajando de férias. Quem está responsável por responder no lugar dele é Flávio Eisele. Nas três vezes que tentamos entrevistá-lo estava “em outra ligação”, de acordo com a secretária. E até o fechamento desta matéria não retornou o contato.

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