Uma unidade do sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), instalada na aldeia Rio das Cobras, no município de Nova Laranjeiras, vai beneficiar cerca de 300 famílias indígenas, no oeste do Paraná. Com a iniciativa, que é pioneira na região e a segunda no Paraná, famílias vão receber orientações sobre o plantio de alimentos sem agrotóxicos e passarão a consumir e vender os produtos de forma sustentável, gerando renda.
Diferentemente da horta comum, as hortas do PAIS são demarcadas em forma de círculo, abrigando um galinheiro ao centro e três círculos de canteiros que receberam mudas variadas de verduras. A irrigação dos canteiros é feita por meio do sistema de gotejamento. Uma área de compostagem supre a necessidade de adubação das culturas e um quintal circular é destinado à produção de frutas, grãos e outras culturas.
A unidade demonstrativa do PAIS foi instalada em uma das nove comunidades indígenas que compõem a Aldeia Rio das Cobras. Entretanto, conforme garante o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura de Nova Laranjeiras, José Antônio Custódio de Oliveira, até o final deste ano, mais duas comunidades serão beneficiadas com o local de produção.
Beneficiários – Atualmente, quem recebe os produtos agroeocológicos vindos da unidade são duas escolas da aldeia. “Por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cooperativa Monjolo, que é responsável pela merenda escolar na aldeia, compra os produtos da unidade do PAIS. Hoje, já são cerca de 530 crianças e adolescentes que consomem a produção orgânica da própria comunidade”, salienta o engenheiro agrônomo da Prefeitura.
Para o cacique da Aldeia Rio das Cobras, Angelo Kavigtanh, a ideia está sendo muito bem aceita pelos indígenas. “Os que ainda não estão trabalhando na horta, mas já participaram de alguma capacitação para o plantio, estão muito animados para começar. Além de produzir o próprio sustento, nossa comunidade está tendo uma grande oportunidade de trabalho. Alguns de nossos homens, que estavam com problemas de alcoolismo, por exemplo, estão sendo inseridos na produção e reintegrados à comunidade de forma sadia”, comenta o cacique.
