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Venezuela em debate na UNILA

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Com o objetivo de discutir o legado de Hugo Chávez para a Venezuela e para a América Latina, docentes da UNILA realizam, nesta sexta-feira (15), o debate “Venezuela em Debate: Interpretações da Revolução Bolivariana: transformações e desafios”. O evento, que acontece na UNILA Centro, a partir de 15h, é gratuito e aberto a toda comunidade. Está sendo organizado pelo grupo de pesquisa da UNILA/CNPq Região Andina em Foco e terá como debatedores os professores Félix Pablo e Renata Peixoto, do curso de Relações Internacionais, Luciano Severo, de Economia, além de Fabrício Pereira, de Ciência Política e Sociologia. Será mediado pelo acadêmico de Economia, Rodrigo Alonso.

Os professores debatedores pesquisam ou pesquisaram a Venezuela e o chavismo na América Latina. Alguns, inclusive, como o professor Luciano, viveram no país para realizar seus estudos. “Feliz aquele que tenha tido o privilégio de viver a Venezuela Bolivariana. Tive a alegria de passar quatro anos intensos vivendo e trabalhando lá, em meio ao turbilhão do governo Chávez, junto a companheiros inesquecíveis e situações indescritíveis. São admiráveis a consciência e a capacidade de mobilização do povo venezuelano, que historicamente assumiu um papel de vanguarda nas lutas pela liberação nacional e pela integração regional”, disse o professor.

Alunos venezuelanos da UNILA lamentaram a morte de ChávezDe acordo com uma das organizadoras e debatedoras, Renata Peixoto, a ideia é trazer uma reflexão sobre o período de 14 anos em que Hugo Chávez foi o presidente do país, de 1999 a 2013. “Queremos trabalhar este período e a série de modificações pelas quais o país passou neste tempo. Há uma imagem no Brasil, de Chávez como ditador e autoritário, que pede revisão. É consenso entre os professores, por exemplo, de que o período foi marcado por sérias transformações na ordem social, política e econômica do país, que refletem e estimulam outras mudanças na América Latina”, coloca a professora.
 

Foto: Unila
Alunos venezuelanos da UNILA lamentaram a morte de Chávez

Para Renata, que estudou o período em sua tese de doutorado, as mudanças tiveram início com a nova Constituição venezuelana sancionada pelo presidente em 1999. “Tivemos a incorporação de um dispositivo que permite sucessivas reeleições, mas um vasto conjunto de novos direitos sendo reconhecidos à população, o que não é dito pela mídia”, avisa.

Além disso, Renata lembra, a pobreza diminuiu com o governo de Chávez a partir da melhoria da economia e implementação de políticas de distribuição de renda e redução da pobreza. A participação popular também foi ampliada com a criação de conselhos comunitários e estabelecimento de plebiscitos e referendos nacionais sobre temas de interesse que afetam a todos “O sentimento da população é de que estão sendo ouvidos em suas manifestações e demandas, por isso, tamanha comoção no país quando do falecimento do presidente”, explica a professora.

Outro ponto a ser debatido no evento é relativo à importância de Chávez na América Latina. Ao reacender os discursos e as bandeiras de Símon Bolívar, líder latino-americano que estimulava a união dos povos latino-americanos, Chávez deu forma às revoluções bolivarianas, que passaram a influenciar a agenda da América Latina e de diversos países. “Teve início com os países próximos à Venezuela, como Peru e Equador, mas este ideário motivou mudanças e adoção de ações na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, por exemplo, em torno de uma nova ordem politica e econômica na América Latina”, completa Renata. “São muito poucas as circunstâncias da história em que a ação individual pode contribuir de maneira significativa para modificar a realidade”, aponta Luciano.
Hugo Chávez

Chávez faleceu aos 58 anos na terça-feira (05) devido a complicações de um câncer na região pélvica. Uma nova eleição nacional foi convocada para 14 de abril.

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