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Vereadores vão propor projeto para criar dia de combate à homofobia

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A Câmara abriu espaço, na última sexta-feira (15), no plenário do Legislativo, para discutir políticas públicas LGBT em Foz do Iguaçu. O autor da proposta, Vereador Nilton Bobato (PCdoB), frisou a importância do debate, no caminho de entender e diversidade e a pluralidade social. “O ser humano pode até não compreender, mas deve aceitar o diferente. Para mim, essa audiência pública já valeu pela frase da professora Maria: nós estávamos cegos”, salientou o Vereador Bobato, defendendo o encaminhamento de criar um grupo de trabalho para cobrar a regulamentação da lei municipal 2718/2002, que trata do combate à discriminação.

Foto: CMFI
Reunião aconteceu na Câmara de Vereadores de Foz na última sexta-feira, 15

Participaram da audiência: Representantes do Poder Executivo; dirigentes de grupos sociais relacionados ao tema e os Vereadores: Fernando Duso (PT) – Presidente da Câmara; Paulo Cesar Queiroz- Coquinho (SD); Dilto Vitorassi (PV). Dentre as iniciativas levantadas na discussão, a redação de um projeto criando um dia municipal de combate à homofobia e transfobia foi um dos pontos de destaque. O Vereador Nilton Bobato (Pc doB), propôs que ele e os demais parlamentares: Fernando Duso (PT), Dilto Vitorassi (PV) e Paulo Cesar Queiroz – Coquinho (SD) façam o projeto em conjunto e encaminhem para apreciação do plenário.    

Os parlamentares marcaram posicionamento sobre a questão. “Todas as iniciativas do vereador, se não tiver a contrapartida da mobilização de vocês (população) tende a naufragar. Aconselho que se mobilizem para que tenham os direitos garantidos. Estamos para tentar ouvi-los e colaborar em tudo que estiver ao nosso alcance”, destacou o Presidente da Casa- Fernando Duso (PT). 

O vereador Paulo Cesar Queiroz – Coquinho (SD) salientou que “É uma questão de respeito ao movimento, estaremos à disposição para tratar dos assuntos. É importante a participação de todos”. Dilto Vitorassi (PV) enfatizou, “Já era a hora de Foz tomar a iniciativa, tirar alguns indicativos, passar a começar a fazer a defesa. O respeito precisa ser com todas as pessoas, com os direitos humanos. Que a gente abra espaço para o amor e não para a intolerância”.   

Sthephany Mencato, coordenadora do Movimento LGBTTT e advogada do patronato penitenciário, fez uma apresentação na tribuna, explicando um pouco da luta do movimento por direitos humanos e respeito à diversidade.  “A transfobia vem do ódio à identidade de gênero. A questão dos rituais de tortura é muito marcante quando falamos de LGBT mortos. O perfil das pessoas que estão vindo a óbito são pessoas extremamente jovens. O Paraná (vergonhosamente) é o estado mais violento no Brasil. São vários os tipos de Violência: física, psicológica, patrimonial (destruição ao patrimônio material), moral (calúnia, injúria, difamação), sexual”.    

Ariana da Silva, representante da Liga Brasileira de Lésbicas no Paraná, alertou para alguns dados da violência e ratificou a importância de se criar a data. “Precisamos lembrar que 30% dos agressores têm idade entre 30 e 29 anos. 80% das pessoas agredidas são travestis. Infelizmente não encontrei dados específicos de Foz, porque esses dados não existem. Estabelecer a data é estabelecer o diálogo e a informação. Parar um dia no ano para pensar em problemas que não me atingem, pode ser sim, a solução para a violência que está tão invisível em Foz”. 

A professora Milena Branco, do grupo Maldita Geni, relatou sua própria vivência. “Eu andava na rua, era motivo de chacota, eu consegui sobreviver a uma sociedade impune. Quando você começa a se opor e a se dignificar como ser humano, a coisa muda. A gente precisa julgar o ser humano pelo caráter. Uma das coisas que mais me dói, porque todo dia tenho que provar que sou mulher, feminina, tenho caráter, dignidade”.

 
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