Entre os dias 28 e 29 deste mês, os moradores da Vila Yolanda e bairros adjacentes poderão colocar para fora de casa todos os artigos que não têm mais utilidade em seus lares. “Serão dois dias de "bota-fora", para que as pessoas possam se desfazer dos objetos aos quais não utilizam mais. A iniciativa da comunidade do bairro visa preservar principalmente o córrego Águas Claras, que corta o bairro”, destacou o vereador Carlos Juliano Budel que é residente desta região e vem participando, como vereador e morador, das discussões com a comunidade sobre as ações para a preservação do meio ambiente.
“Um dos objetivos desse "bota-fora" é evitar que as pessoas, sem um local específico para descartar os objetos que não lhes são mais úteis, acabem despejando-os em calçadas e terrenos baldios, ou pior, nas margens do córrego que alimenta a microbacia da região”, explicou o vereador.
A ação acontecerá em duas etapas. No dia 28, serão recolhidos os objetos da parte oeste da região, compreendida entre as avenidas das Cataratas e General Meira, passando pela baixada do Boicy. No dia 29 será a vez da parte leste, abrangendo desde a Avenida das Cataratas até a antiga Estrada Velha de Guarapuava, atual Avenida Felipe Wandscheer. Desta forma, observa Budel, serão beneficiados os moradores do quadrante que vai desde a Avenida General Meira, Rua dos Imigrantes, Avenida Iguaçu, Avenida das Cataratas, Baixada do Boicy e Jardim Naipi, Avenida Felipe Wandscheer, Jardim Iguaçu até retornar à Avenida das Cataratas.
Os artigos descartados serão coletados numa ação da comunidade, com apoio da Secretaria do Meio Ambiente e Obras e dos catadores da COAAFI – Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu, que passarão a fazer a coleta seletiva na região.
Budel foi convidado a participar do Comitê de Recuperação da Microbacia do Córrego Águas Claras e de Ação Ambiental conjunta à Campanha da Fraternidade – Região Vila Yolanda, formada por lideranças comunitárias, educadores e técnicos. Segundo a educadora ambiental Roseli Barquez de Assis Carvalho, o comitê surgiu a partir da necessidade de envolver a comunidade nas ações previstas no Grupo 2 do curso “Multicurso Cultivando Água Boa”, programa de formação continuada elaborado pela Fundação Roberto Marinho, numa parceria com a Itaipu Binacional e finalizado em novembro do ano passado. Esse multicurso teve como objetivo formar pessoas que atuem como gestores de bacias hidrográficas a partir dos princípios da responsabilidade socioambiental e da sustentabilidade. Dois projetos foram apresentados em Foz do Iguaçu, um em fase de implantação, visa proteger a bacia da Sanga Santa Rosa na região da Vila Paraguaia, e o grupo 2 prevê justamente a preservação do Córrego Águas Claras.
O córrego Águas Claras que corta o bairro da Vila Yolanda, nasce atrás da Churrascaria Rafain, passa atrás de um bosque entre a Praça da Amizade (em frente ao Boulevard) e a unidade de saúde (antigo CSU), desaguando no rio Boicy, na Avenida Felipe Wandscheer, próximo ao conjunto Cora Coralina. “O envolvimento da comunidade no complexo Águas Claras é fundamental porque sem essa conscientização o lixo volta para o rio, o trabalho de combate à degradação não evolui, inclusive com a retirada de mudas plantadas para a recomposição da mata ciliar. A preservação só acontece com o auxilio e o comprometimento da comunidade”, destacou a professora que também atua na Secretaria do Meio Ambiente e Obras. O Centro de Controle de Zoonoses também atuará nesta ação, percorrendo cerca de 3 mil moradias a partir do dia 21, explicando para os moradores quais objetos poderão ser descartados no "bota-fora", e em quais locais deverão ser acondicionados para o recolhimento.
Dia do Meio Ambiente – Além ação do "bota-fora", a comunidade também promoverá um ato público no dia 3 de junho, antevéspera do Dia Mundial do Meio Ambiente (comemorado no dia 5 de junho). Será a Caminhada para a Sustentabilidade, ação que é desenvolvida, simultaneamente, em todos os 29 municípios que compõem a Bacia do Paraná 3, objeto do Multicurso Cultivando Água Boa.
Em Foz do Iguaçu, a caminhada será realizada pelos moradores e estudantes das escolas públicas e privadas do bairro, além de membros das igrejas católicas e evangélicas da Vila Yolanda. “O percurso da caminhada já foi definido. Sairemos da Avenida General Meira, seguindo pela Avenida dos Imigrantes e entrando na Avenida Iguaçu até a rua Heleno Schimmelpfeng e encerrando na Praça da Amizade (em frente ao Boulevard)”, informou Budel. A praça, então, será transformada em palco para manifestações em prol do meio ambiente, inclusive com concurso de paródia.
Espera-se a participação de estudantes das escolas públicas e privadas do bairro, como os colégios Agrícola, Almirante Tamandaré e Tarquínio dos Santos; as escolas municipais Jardim Naipi e Professora Lúcia M. P. Nieradka, além da Água Viva, Peter Pan e Girassol. Também serão convidadas para as festividades alusivas ao dia do Meio Ambiente, as igrejas católicas e evangélicas do bairro. “O comitê já iniciou o trabalho de visita a todos os estabelecimentos comerciais da região, bem como nas residências, tendo como objetivo buscar o envolvimento de toda a comunidade. Além de manter limpo e preservado o córrego, a ação também atende ao combate à dengue”, finalizou Budel.
Para a professora Roseli, a caminhada para a sustentabilidade não é apenas mais um movimento pontual em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, “mas uma forma de celebrar o resultado de várias ações realizadas pela comunidade local, que em iniciativas conjuntas e continuadas demonstram que é possível transformar o ambiente em que se vive”.
