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Debate enfatiza necessidade de integração na América do Sul

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Depois das palestras da manhã desta sexta-feira (26), em Foz do Iguaçu, os participantes da primeira mesa do seminário Crise – Desafios e Soluções na América do Sul debateram as alternativas apresentadas. Nildo Ouriques, Bernando Alvarez, Wilson Cano, José Carlos de Assis e Renato Rabelo avaliaram os impactos da crise no continente sulamericano e propuseram medidas contra os problemas sociais e econômicos trazidos por ela. Eles foram unânimes quanto à necessidade de criar um projeto de integração dos países da América do Sul.

O jornalista, médico e presidente do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, disse que a integração é fundamental para superar a crise. “A grande questão do momento é a criação de um modelo de desenvolvimento alternativo. Esse é o debate que nós devemos fazer agora. O tema que se discute aqui não deve ser a saída alternativa do Brasil, da Argentina, ou de outros países. O tema se refere ao esforço da integração do continente”, afirmou.

Rabelo chamou a atenção para a necessidade do que chamou de “integração solidária”, sem servir unicamente aos interesses de grandes corporações e oligopólios. “É preciso levar em conta o desenvolvimento econômico e social da região. Seria o que nós brasileiros conhecemos como um grande PAC para as Américas, que considere os interesses de seus povos”, defendeu.

Segundo José Carlos de Assis, presidente do instituto Desemprego Zero e assessor da presidência do BNDES, a cooperação entre os países marcaria o fim do sistema neoliberal. “Os grandes problemas da humanidade que enfrentamos neste momento só serão solucionados com cooperação. Este tipo de sociedade, de ação, é o oposto do neoliberalismo. O mercado auto-regulado não coopera, o Estado mínimo também não. Este é o processo que vai comandar o futuro. Não haverá espaço para o neoliberalismo”, disse.

Nildo Ouriques, professor de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina, acredita que a morte do neoliberalismo não solucionará a crise se os países não romperem com os bancos privados e com as multinacionais. Ele criticou a posição brasileira no processo de integração com a América do Sul. “Falamos aqui sobre a integração latinoamericana, mas qual a contribuição efetiva do Brasil? Tem que colocar a mão na massa, mudar a pauta, mudar as relações de poder e propriedade”, disse.

Wilson Cano, economista e professor da Universidade de Campinas, também pediu medidas mais drásticas dos governos sulamericanos no combate à crise e reclamou da falta de debates sobre o assunto. “As lideranças têm que fazer mais coisas como esta e esquentar um pouco este fogareiro para que o debate nacional volte”, afirmou.

O representante da República Bolivariana da Venezuela e presidente do Banco Alba, Bernando Alvarez, sugeriu que o Brasil use sua força nas Américas para encabeçar ao processo de integração. “É muito importante que o Brasil atue no sentido de manter o olhar sobre a América Latina e contribua com propostas concretas”, ressaltou.
 

 

Seminário Internacional – Crise: Desafios e Soluções na América do Sul. Foto: José Gomercindo – SECS

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