Previous slide
Next slide

Estados Unidos concluem que não há terroristas na tríplice fronteira

Previous slide
Next slide

A Foreing Affairs, uma das principais publicações dos Estados Unidos sobre comércio exterior, publicou na semana passada um extenso artigo sobre os estudos que o governo norte-americano concluiu sobre a região formada sobre Foz do Iguaçu/BR, Puerto Iguazú/Ar e Ciudad del Este/Py – conhecida internacionalmente como tríplice fronteira.

Com o título “A Map of the Reexport Trade on the Triple Frontier” [O Mapa da Reexportação na Tríplice Fronteira] o artigo da jornalista Christine Folch é baseado em referências de estudos feitos pela Interpool na região. O artigo foi traduzido para o português e publicado no caderno Internacional do jornal Estadão no domingo (23). Que pode ser lido na integra pelo seguinte link: http://migre.me/aQijs

De acordo com a tradução do Estadão “Há décadas, a região abriga uma próspera comunidade árabe e despertou a atenção os EUA depois do 11 de Setembro, quando especialistas suspeitaram que jihadistas se refugiavam ali. Agora, em virtude de uma desaceleração econômica, o mesmo grupo suspeito de fornecer abrigo a terroristas poderá ser aquele que finalmente limpará a região”.

História
No começo de 2000, com a guerra declarada do governo W. Bush ao terror no oriente médio. E depois do 11 de Stembro, os Estados Unidos acusou a comunidade xiita que vivia na região de dar abrigo e apoiar membros do Hezbollah, do Hamas e mesmo integrantes da Al-Qaeda. “Muitos moradores ficaram ressentidos com a acusação, insistindo que eram comerciantes – casualmente árabes – motivados pelo lucro, não por ideologia. Mas as autoridades em Assunção, interessadas em obter algum ganho (prestígio, habilidades, recursos) cooperaram com Washington. Ao mesmo tempo, Buenos Aires aceitou e reiterou a acusação feita pelos EUA. Brasília, contudo, adotou uma posição oposta, negando que a região fosse uma base de terrorismo islâmico e afirmando que o problema era o enorme comércio informal proveniente do Paraguai”.

Grupo 3+1
Enfrentando muita pressão, em 2002, Argentina, Brasil e Paraguai concordaram em participar com os EUA do Grupo 3+1 sobre Segurança na Tríplice Fronteira, inciativa americana cujo objetivo foi aumentar a vigilância regional, compartilhar informações de inteligência, investigar a criminalidade internacional e implementar medidas antiterrorismo. Em 2005, o Paraguai firmou um acordo para uma série de exercícios de treinamento conjunto entre suas forças militares e as americanas.

Como resultado, veio a confirmação de que os moradores de Ciudad del Este realmente eram inocentes. Depois de várias reuniões do Grupo 3+1 e anos de treinamento e investigações, em 2005 foi anunciado que "nenhuma atividade operacional de terrorismo foi detectada na área das três fronteiras" e, neste ano, o Departamento de Estado americano reiterou a conclusão.

"Nenhuma informação confiável mostrou que o Hezbollah, o Hamas ou outros grupos extremistas islâmicos usaram a região da Tríplice Fronteira para treinamento de terroristas ou outra atividade." Se houve alguma presença terrorista na área, ela desapareceu. Mas, com a corrupção governamental, os crimes violentos e o contrabando ainda em alta, a insegurança em Ciudad del Este continua um problema.
 

Previous slide
Next slide